As ilhas Órcades, atualmente englobadas na Escócia e, por consequente, no Reino Unido, vão decidir, na próxima semana, se mudam o seu 'estatuto' de governança.
Entenda-se, será apresentada uma moção ao governo local do arquipélago, para alterar a sua relação com o governo do Reino Unido... ou para propor juntar-se à Noruega, país que dista poucos quilómetros do seu território, e com o qual tem uma ligação histórica. Só se tornou parte da Escócia, aliás, em 1472, estando anteriormente sob controlo norueguês e dinamarquês.
James Stockan, chefe do governo local, disse que as ilhas não são justamente financiadas, no âmbito da sua relação com o Reino Unido e com o governo da Escócia. Por isso, diz a BBC, procurará estudar os benefícios de passar a contar como uma das Dependências da Coroa Britânica, como as ilhas do Canal e territórios ultramarinos como as ilhas Falkland. Isso ou... formar uma "conexão nórdica" com a Noruega, a Dinamarca ou a Islândia.
"Não podemos continuar como estamos. Sabemos que contribuímos nos últimos 40 anos com o petróleo do Mar do Norte, e o dividendo que recebemos não é suficiente para nos manter", disse Stockan à BBC Radio Scotland.
O líder do governo das ilhas Órcades não quer realizar este processo, no entanto, "emocionalmente", passando a "analisar todas as implicações práticas e depois avaliar os resultados".
"Nas ruas, as pessoas perguntam-me quando vamos voltar à Noruega. Há uma afinidade enorme e uma relação cultural muito profunda. Este é exatamente o momento de explorar o que é possível", concluiu.
O arquipélago das ilhas Órcades é composto por 70 ilhas, com uma população total de 22 mil pessoas, e esteve sob domínio nórdico durante cerca de 500 anos. A ideia de cortar laços com a Escócia não é, por isso, nova. Já em 2014, o governo escocês 'chumbou' um referendo independentista das ilhas, que não se deram por vencidas.
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