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Consultora diz que ausência de Macky Sall nas eleições acalmará tensões

A consultora Eurasia considerou hoje que a decisão do Presidente do Senegal, Macky Sall, de não concorrer a um terceiro mandato vai acalmar as tensões políticas e permitir o fim da violência que tem marcado as últimas semanas.

Consultora diz que ausência de Macky Sall nas eleições acalmará tensões
Notícias ao Minuto

11:05 - 04/07/23 por Lusa

Mundo Eurasia

"A decisão de Sall foi provavelmente motivada pelo reconhecimento de que era improvável que vencesse as eleições caso decidisse concorrer", escrevem os analistas numa nota enviada aos clientes, e a que a Lusa teve acesso.

Para os analistas da Eurasia, a decisão "põe fim à especulação sobre um terceiro mandato e vai baixar significativamente as tensões políticas que têm marcado o período pré-eleitoral", principalmente desde que o principal opositor foi condenado por violação e, assim, ficou inelegível para desafiar Sall nas presidenciais de fevereiro de 2024.

"A incerteza sobre a elegibilidade do líder da oposição, Ousmane Sonko, permanece um potencial gatilho para a instabilidade a curto prazo, mas a intensidade dos protestos, caso seja impedido de concorrer, será menos disruptiva do que até agora era antecipado se Sall concorresse a um terceiro mandato", diz a Eurasia, sublinhando que "a principal causa para os protestos era o terceiro mandato do Presidente, e não os problemas legais de Sonko".

No anúncio da não recandidatura, o atual Presidente não nomeou um sucessor, mas para os analistas da Eurasia o primeiro-ministro, Amadou Ba, "é o mais bem colocado para ser o candidato da coligação que suporta o Governo, dado o seu cargo atual e a sua condição de ser um dos principais financiadores".

Sall anunciou na segunda-feira que não vai concorrer às próximas eleições presidenciais do Senegal, previstas para fevereiro de 2024, após meses de controvérsia, incerteza e tensão política no país, com protestos em larga escala, fortemente reprimidos pelas forças de segurança.

O Presidente, que governa o Senegal desde 2012 e se aproxima do fim de dois mandatos de sete e cinco anos, considera que a sua terceira candidatura não seria ilegal, apesar de a Constituição do país africano proibir mais de dois mandatos consecutivos.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, saudaram a decisão do Presidente senegalês, Macky Sall, de não tentar um terceiro mandato.

"Gostaria de manifestar o meu profundo apreço pelo Presidente Macky Sall e pelo sentido de Estado que demonstrou. A sua decisão é um exemplo muito importante para o seu país e para o resto do mundo", declarou Guterres na segunda-feira na sua conta na rede social Twitter, pouco depois de Sall ter anunciado a sua decisão num discurso à nação.

Também através do Twitter, Mahamat saudou a "sábia decisão" do chefe de Estado senegalês, a quem chamou "irmão", de "não se candidatar às eleições presidenciais de 2024".

"Expresso a minha admiração pelo grande estadista que ele é por ter colocado os interesses superiores do Senegal em primeiro lugar e assim ter preservado o modelo democrático senegalês, que é o orgulho de África", acrescentou o chefe da Comissão (secretariado) da União Africana (UA).

Na mesma linha, Michel também disse "congratular-se" com o anúncio de Sall.

"Está a trabalhar para o Senegal e a defender uma África forte e respeitada. Obrigado pela excelente cooperação. A UA no G20 (grupo de países com as economias mais desenvolvidas e emergentes), uma transição climática justa e a reforma do financiamento do desenvolvimento: são muitos os desafios que estamos a enfrentar juntos", acrescentou Charles Michel.

Também o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, enquanto presidente da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), saudou a "decisão corajosa" do seu homólogo senegalês, de não se recandidatar a um terceiro mandato, considerando-o um "grande estadista".

Leia Também: ONU, UA e UE saúdam decisão do Presidente do Senegal não se recandidatar

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