Ruanda mantém compromisso com Reino Unido sobre plano para migrantes
Kigali mantém-se comprometida com o plano britânico de receber do Reino Unido os migrantes irregulares africanos, apesar de o Tribunal de Recurso de Londres ter decidido hoje que o Ruanda "não é um país terceiro seguro".
© Shutterstock
Mundo Ruanda
"Embora esta seja, em última análise, uma decisão do sistema judicial do Reino Unido, não concordamos com a decisão de que o Ruanda não é um país seguro para os requerentes de asilo e refugiados", afirmou o Governo ruandês num comunicado.
"O Ruanda é um dos países mais seguros do mundo e foi reconhecido pelo ACNUR [Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados] e por outras instituições internacionais pelo tratamento exemplar que dá aos refugiados", acrescentou o Governo.
O executivo do país africano sublinhou que "o Ruanda continua totalmente empenhado em fazer com que esta parceria funcione".
"O sistema de migração global falido não está a conseguir proteger os vulneráveis e está a dar poder aos grupos criminosos de contrabando, com custos humanos incomensuráveis", afirmou.
"Quando os migrantes chegarem, acolhê-los-emos e dar-lhes-emos o apoio de que necessitam para construir novas vidas no Ruanda", garantiu o Governo ruandês.
A declaração foi emitida depois de o Tribunal de Recurso de Londres ter decidido hoje que o Ruanda "não é um país terceiro seguro" para enviar migrantes em situação irregular para o Reino Unido, como alega o Governo conservador.
O tribunal deu provimento a um recurso interposto por requerentes de asilo e organizações não-governamentais contra uma decisão do Tribunal Superior de dezembro, que favorecia a política do Governo.
O governo de Rishi Sunak assinou um acordo com Kigali para processar os casos de "imigrantes ilegais", a fim de reduzir as chegadas em pequenos barcos através do Canal da Mancha, que separa França e Inglaterra.
A ministra do Interior, Suella Braverman, deverá recorrer da decisão para o Supremo Tribunal britânico nos próximos dias.
O juiz Ian Burnett leu publicamente uma decisão que põe em causa a política de imigração do Governo, com a Lei da Imigração Ilegal atualmente em apreciação no Parlamento.
A decisão, que foi apoiada por dois dos três juízes, significa que as deportações para o Ruanda "são ilegais" até que o país africano "corrija as deficiências do seu processo de asilo" de acordo com as normas exigidas.
Leia Também: Sunak discorda de tribunal sobre deportação de migrantes para Ruanda
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com