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Pence anuncia campanha e promete "liderança diferente" à de Trump

O antigo vice-presidente quer distanciar-se ao máximo do antigo patrão e nem o mencionou no seu anúncio, mas terá eventualmente de o enfrentar na luta pela liderança do Partido Republicano.

Pence anuncia campanha e promete "liderança diferente" à de Trump

Depois de apresentar a documentação para formalizar a candidatura à Casa Branca, Mike Pence, o antigo vice-presidente de Donald Trump, anunciou esta quarta-feira o início da sua aguardada campanha, deixando claro logo a abrir que quer-se afastar, e quer afastar o país, do seu antigo patrão.

Num vídeo divulgado nas redes sociais, Pence não mencionou Donald Trump uma única vez, nem passou imagens suas ou do ataque do dia 6 de janeiro de 2021 (um ataque no qual o vice-presidente era um dos visados pela multidão), afirmando apenas que "tempos diferentes pedem liderança diferente".

"Hoje, o nosso partido e o nosso país precisam de um líder que apele, como Lincoln disse, aos melhores anjos da nossa natureza. Seria fácil ficar de fora, mas não foi assim que fui criado. É por isso que, perante Deus e a minha família, anuncio que vou concorrer para presidente dos Estados Unidos", afirmou.

Em vez de Trump, o "problema" para o antigo número 2 na Casa Branca, e antigo governador do estado do Indiana, é Joe Biden e a esquerda que considera radical.

Pence anunciou ainda a sua candidatura exatamente um dia depois de Chris Christie, o ex-governador da Nova Jérsia e um republicano que perdeu para Trump em 2016, tornando-se depois num dos seus mais fiéis apoiantes, antes de voltar a ser um feroz crítico como comentador.

O antigo governador formalizou a sua campanha na terça-feira e os seus comícios devem arrancar, avança a ABC News, no estado do Iowa, um dos primeiros estados a votar nas primárias para o Partido Republicano e que é considerado um dos mais importantes momentos de qualquer candidatura à presidência.

Durante a presidência de Donald Trump, Mike Pence manteve-se um leal servidor até aos últimos dias do mandato. No entanto, o ataque ao Capitólio, as ameaças feitas por apoiantes de Trump a si e à sua família, e os danos gerais provocados à democracia norte-americana deixaram o vice-presidente bem mais afastado do seu 'patrão'. Recentemente, nos meses anteriores a anunciar a candidatura, o vice-presidente tornou-se mais rígido nas suas críticas ao antigo presidente, apesar de manter sempre um tom resfriado no que diz respeito à sua própria influência na Casa Branca.

A campanha de Pence, acrescenta a ABC News, deverá ser marcada por um ênfase nas suas raízes conservadores. Aliás, o vice-presidente é bastante conhecido pelas suas posições ortodoxas e evangélicas (quando foi governador do Indiana, impos uma série de restrições à comunidade LGBTI+, defendendo o que considerava ser a liberdade religiosa), de tal forma que até Trump chegou a brincar com a sua fé inabalável. Daí que um dos objetivos da sua campanha passará, provavelmente, por tentar cortejar o voto dos evangélicos, uma franja cada vez mais expressiva no Partido Republicano.

Mike Pence não terá, no entanto, a vida fácil para chegar à nomeação republicana. Além de Donald Trump, o destacado favorito em praticamente todas as sondagens, o ex-vice-presidente terá de ficar à frente de Ron DeSantis (o mediático e autoritário governador da Flórida que é visto como um sucessor a Trump, especialmente em termos ideológicos).

Na corrida estão também a antiga embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Nikki Haley, o antigo governador do Arkansas, Asa Hutchinson, o senador da Carolina do Sul, Tim Scott, e uma resma de candidatos menos conhecidos, como Vivek Ramaswamy, Larry Elder, Ryan Binkley e Perry Johnson.

Leia Também: Mike Pence, ex-'vice' de Trump, formaliza candidatura à Casa Branca

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