África do Sul. Delegação da Defesa em Washington para reforçar cooperação
Uma delegação de altos funcionários da Defesa da África do Sul desloca-se a partir de quarta-feira aos Estados Unidos da América (EUA) para reforçar a cooperação bilateral, anunciou o governo sul-africano.
© Reuters
Mundo África do Sul
Em comunicado, a que a Lusa teve acesso, o Ministério da Defesa da África do Sul referiu que a delegação de 20 elementos participará na 19ª reunião do Comité de Defesa RSA-EUA, em Washington, de 07 a 08 de junho, com "uma série de temas de defesa e cooperação militar" na agenda.
A delegação será chefiada pela secretária interina da Defesa, Thobekile Gamede, integrando ainda o 'Chief of Staff' da Força de Defesa (SANDF), tenente-general Michael Ramantswana, além de altos funcionários e especialistas militares, adiantou.
Trata-se da terceira delegação do Governo sul-africano a visitar Washington nos últimos meses.
Segundo o Governo sul-africano, Pretória acolheu o 18.º Comité de Defesa RSA-EUA em 2019, antes da pandemia de covid-19, sendo que a deslocação a Washington esta semana é "a continuação e consolidação do relacionamento estratégico de Defesa e parceria entre os dois países".
Anteriormente, os dois países reuniram-se em 2018 em Fort Hamilton, Nova York, a convite da Guarda Nacional de Nova York, segundo as autoridades sul-africanas.
"As partes vão delinear estratégias para os próximos anos e concluir um Plano de Cooperação em Defesa, dando cumprimento a todas as decisões tomadas e aprofundar o alto nível de cooperação existente entre elas", salientou o porta-voz ministerial Siphiwe Dlamini, citado na nota.
A África do Sul formalizou o relacionamento bilateral com os EUA em 1995, com a assinatura de um Acordo de Cooperação em Defesa que previa o estabelecimento de um Comité de Defesa com Washington.
O Ministério da Defesa sul-africano indicou que a estrutura foi estabelecida em 29 de julho de 1997 com a assinatura dos Termos de Referência pelo ex-ministro Joe Modise e o secretário norte-americano William Cohen. As reuniões realizam-se a cada 12 meses alternadamente na África do Sul e nos EUA.
Em abril, o conselheiro para a Segurança Nacional do Presidente Cyril Ramaphosa, Sydney Mufamadi, deslocou-se a Washington, juntamente com o conselheiro presidencial para os Assuntos Jurídicos, Nokukhanya Jele, e o vice-ministro das Relações Internacionais e Cooperação, Alvin Botes.
Os encontros com a administração Biden e líderes do Congresso focaram a continuidade da África do Sul no instrumento 'Africa Growth and Opportunity Act (AGOA)', que dá acesso livre de impostos e quotas ao mercado dos EUA para países africanos selecionados, incluindo a África do Sul. A regulamentação deve ser prolongada ou rescindida em 2025.
Nesse sentido, o líder do Aliança Democrática (DA, na sigla em inglês), John Steenhuisen, que tem criticado a aliança do Congresso Nacional Africano (ANC, no poder desde 1994), e Moscovo, deslocou-se igualmente em abril a Washington para fazer lóbi em defesa do setor privado agrícola sul-africano no âmbito do AGOA.
No mês passado, o embaixador dos EUA em Pretória, Reuben Brigety, acusou a administração de Cyril Ramaphosa de abastecer um navio mercante russo numa base naval próximo da Cidade do Cabo com armas e munições para Moscovo, apesar da sua declarada política de "não-alinhamento" na guerra na Ucrânia.
O Governo sul-africano referiu que após uma reunião com a chefe da diplomacia Naledi Pandor, em Pretória, o embaixador norte-americano, Reuben Brigety, "admitiu que passou dos limites e pediu desculpas sem reservas ao Governo e ao povo da África do Sul".
O Presidente da República, Cyril Ramaphosa, decidiu instaurar um inquérito, presidido por um juiz aposentado, para investigar as alegações feitas pelo embaixador dos EUA na África do Sul.
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