"A Argentina tem mostrado uma profunda incapacidade de investigar efetivamente as ações ilegais das forças de segurança. Os processos de responsabilização pela ação policial não mostram um compromisso sério com a justiça e a reparação das vítimas", disse a diretora executiva da ONG na Argentina, Mariela Belski.
No relatório intitulado "Violência policial: o que acontece a seguir? Investigação, fiscalização e responsabilização da ação policial", a organização destaca os atos de violência que permanecem impunes no país e os obstáculos que familiares e advogados das vítimas encontram para alcançar justiça.
Os principais problemas residem, segundo a ONG, nas deficiências da investigação, por se basear apenas na versão policial e não estuda as demais hipóteses, bem como na falta de políticas abrangentes ou de recursos adequados para a busca de pessoas desaparecidas.
O documento também denuncia o incumprimento de "normas internacionais para a investigação de mortes potencialmente ilícitas" e falhas nas autópsias, que "são um tema recorrente".
Como exemplo, o relatório cita os casos de Mauro Coronel, Diana Abregú e Leonardo Bravo, que morreram sob custódia policial em diferentes províncias do país em circunstâncias estranhas e apresentaram autópsias irregulares.
"O envolvimento de todos os níveis do Estado e de todas as províncias é essencial para promover práticas que respeitem os direitos humanos", acrescentou o responsável pela IA no país sul-americano.
Outros problemas apontados são a falta de acesso à justiça e participação das vítimas, burocracia, falta de informação, denúncias de assédio e perseguição aos familiares das vítimas, advogados ou testemunhas.
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