Redução de armas? Kyiv afirma não ter sido "notificada" pelos EUA

A Ucrânia afirmou hoje não ter sido "oficialmente notificada" pelos Estados Unidos sobre a cessação do fornecimento de certas armas e apelou ao seu aliado para que mantenha um "apoio constante" para pôr fim à invasão russa.

Kyiv, Ucrânia, Solomianskyi

© Oleksandr Gusev/Global Images Ukraine via Getty Images

Lusa
02/07/2025 13:02 ‧ há 11 horas por Lusa

Mundo

Ucrânia

"A Ucrânia não recebeu qualquer notificação oficial sobre a suspensão ou revisão dos calendários de entrega da ajuda militar acordada. O caminho para o fim da guerra passa por uma pressão constante e comum sobre o agressor, bem como pelo apoio inabalável à Ucrânia", afirmou o Ministério da Defesa ucraniano, em comunicado. 

 

Já a Rússia considerou hoje que a redução do fornecimento de determinadas armas à Ucrânia anunciada pelos Estados Unidos (EUA) aproxima o fim da guerra, numa altura em que Kyiv diz estar a tentar clarificar a situação com Washington.

Um alto funcionário da Casa Branca (presidência dos Estados Unidos) disse à televisão norte-americana CNN que o secretário da Defesa, Pete Hegseth, autorizou a suspensão dos fornecimentos de armas à Ucrânia, incluindo mísseis antiaéreos, segundo a agência de notícias espanhola EFE.

"Quanto menos armas forem entregues à Ucrânia, mais próximo estará o fim da operação militar especial", disse o porta-voz do Kremlin (presidência russa), Dmitri Peskov, citado pela agência de notícias France-Press (AFP).

A "Operação Militar Especial" é a designação oficial da Rússia para a invasão da Ucrânia, que Moscovo lançou em fevereiro de 2022.

Peskov acrescentou que, tendo em conta as informações tornadas públicas, "a razão para esta decisão são os arsenais vazios, a falta de armas nos arsenais dos Estados Unidos", o que foi confirmado pela imprensa norte-americana.

Em Kyiv, um conselheiro do Presidente Volodymyr Zelensky disse que a Ucrânia estava a tentar clarificar a situação com Washington, o primeiro apoio militar do país desde 2022.

"Estamos a esclarecer a situação", disse à imprensa Dmytro Lytvyne.

Segundo o conselheiro de Zelensky, "a comunicação com a parte norte-americana prossegue atualmente a todos os níveis".

O fornecimento suspenso inclui intercetores para os sistemas de defesa aérea Patriot, segundo funcionários do Pentágono (defesa), citados pela EFE.

Abrange também projéteis de artilharia guiados com precisão e mísseis que a força aérea ucraniana dispara a partir de aviões F-16 fabricados nos Estados Unidos, acrescentaram as mesmas fontes.

Os Estados Unidos foram o principal fornecedor de armas a Kyiv desde o início da invasão russa, mas as coisas mudaram desde que Donald Trump se tornou Presidente, em janeiro deste ano.

De acordo com o último relatório do Instituto Kiel, que acompanha as entregas de armas ocidentais à Ucrânia, a Europa já ultrapassou os Estados Unidos no total da ajuda prestada.

Os europeus enviaram 72 mil milhões de euros em ajuda militar, contra 65 mil milhões de euros dos norte-americanos, segundo o instituto alemão, citado pela EFE.

Hegseth já tinha anunciado recentemente uma redução da ajuda militar à Ucrânia no próximo orçamento, argumentando que a prioridade deveria ser o exército norte-americano.

"Esta administração tem uma visão muito diferente do conflito. Acreditamos que uma solução negociada e pacífica é do interesse de ambas as partes e da nossa nação", disse ao Congresso dos Estados Unidos.

Volodymyr Zelensky também já tinha afirmado que Washington iria enviar para o Médio Oriente os 20.000 mísseis que deveria fornecer a Kyiv no âmbito de um acordo alcançado com a administração de Joe Biden.

Leia Também: "Revisão". EUA suspendem envio de algumas armas prometidas a Kyiv

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