A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu, esta quarta-feira, ao Kremlin que preste "cuidados médicos urgentes" ao opositor do regime Alexei Navalny, que se encontra detido numa prisão de alta segurança. Em causa está a "grave deterioração do seu estado de saúde".
"Estou angustiada com a deterioração do estado de saúde de Alexei Navalny e com a aparente falta de diagnóstico e tratamento médico", destacou a relatora especial da ONU para a tortura, Alice Edwards, citada pelo Alto Comissariado para os Direitos Humanos.
Segundo a responsável, poderá estar em causa uma forma de tortura, caso se confirme que Navalny foi colocado em "isolamento em 11 ocasiões distintas, totalizando 114 dias em confinamento solitário em condições adversas durante um período de sete meses".
"Navalny sofre alegadamente de graves problemas de saúde, incluindo uma doença crónica da coluna vertebral e problemas relacionados com lesões neurológicas", acrescentou Edwards, frisando que o opositor russo "deve receber cuidados adequados de forma imediata e contínua, incluindo exames médicos completos, tratamento e monitoramento de sua situação de saúde num hospital civil".
Sublinhe-se que o opositor do regime do presidente russo estava a cumprir pena em liberdade condicional após ter sido acusado de fraude – uma acusação que diz ter sido fabricada – quando foi envenenado com um agente neurotóxico do tipo Novitchok, em agosto de 2020.
Após aquela que considera ser uma tentativa de assassinato por parte do Kremlin, o opositor de 46 anos foi transferido, a pedido da mulher, da Sibéria para a Alemanha para recuperar. Foi detido ao voltar para a Rússia, a 17 de janeiro de 2021.
Inicialmente, recebeu uma sentença de dois anos e meio de prisão por violação da liberdade condicional, mas, no ano passado, foi condenado a nove anos de prisão por "fraude" e "desrespeito do tribunal", estando a cumprir a pena numa prisão de segurança máxima situada 250 quilómetros a leste de Moscovo.
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