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EUA pede ao Kosovo que "leve a sério" o estatuto dos sérvios

O enviado dos EUA para os Balcãs ocidentais apelou hoje ao Kosovo para "levar a sério" o tipo de autonomia que os sérvios devem ter no seu território, assunto debatido pelas duas partes no encontro de terça-feira em Bruxelas.

EUA pede ao Kosovo que "leve a sério" o estatuto dos sérvios
Notícias ao Minuto

00:05 - 04/05/23 por Lusa

Mundo Balcãs

muito importante que ambas as partes, em particular o Kosovo, levem este processo a sério e avancem de forma acelerada para que ambas as partes cheguem a um acordo e o submetam à revisão parlamentar e jurídica para garantir que é irreversível e parte fundamental do processo de normalização" das relações, destacou Gabriel Escobar, durante uma conferência de imprensa virtual.

Escobar participou nas reuniões de alto nível em Bruxelas sobre a normalização das relações entre a Sérvia e a sua antiga província, que se tornou unilateralmente independente em 2008.

O Presidente sérvio, Aleksandar Vucic, e o primeiro-ministro kosovar, Albin Kurti, participaram na terça-feira numa nova reunião de diálogo patrocinada pela União Europeia (UE), para a normalização das relações.

O subsecretário de Estado adjunto norte-americano lembrou que as duas partes chegaram ao encontro com um acordo juridicamente vinculativo sobre a normalização das suas relações, pelo que a conversa de terça-feira tratou da aplicação desse acordo, que inclui a criação de uma associação de municípios de maioria sérvia no Kosovo.

"Agora cabe aos principais negociadores seguir em frente e começar a chegar a um estatuto viável", sublinhou Escobar, que espera que "nas próximas duas semanas" os principais negociadores sérvios e kosovares "se reúnam para voltar a discutir este processo".

"Queríamos falar sobre algumas das condições do relacionamento entre as comunidades minoritárias em Kosovo e o governo central. Foi um debate importante", acresentou.

Embora não tenham conseguido fechar um acordo sobre este assunto, Vucic e Kurti alcançaram um acordo conjunto para avançar na resolução dos casos de pessoas desaparecidas após a guerra de 1998/1999 entre forças sérvias e guerrilheiros separatistas albaneses kosovares.

"Acho que foi muito importante e vamos continuar a procurar avanços também em outras áreas, inclusive energia", destacou também Escobar.

Segundo este responsável norte-americano, as duas partes devem agora "reunir-se nas próximas duas semanas para apresentarem novas melhorias nas suas posições".

Gabriel Escobar destacou a importância de que "à medida que as duas partes normalizam as suas relações, também estão a harmonizar as suas estruturas com a União Europeia em preparação para a sua eventual adesão" ao organismo.

Apesar de reconhecer que não era esperado um acordo na terça-feira sobre o estatuto dos municípios de maioria sérvia, o norte-americano destacou que ambas as partes apresentaram as suas visões e acrescentou que acredita que até ao final do ano podem ser cumpridos os objetivos do acordo.

Belgrado e Pristina aceitaram em fevereiro um acordo sobre a normalização das suas relações, um compromisso proposto pela UE, com o apoio dos Estados Unidos, na sequência de fortes tensões em dezembro que ameaçavam um reinício do conflito.

Além de assinar a declaração sobre pessoas desaparecidas esta terça-feira, os governantes comprometeram-se a chegar a um acordo sobre os detalhes operacionais correspondentes na próxima reunião do diálogo patrocinado pela UE, no nível dos principais negociadores.

De acordo com o comunicado, as partes comprometeram-se a "cooperar estreitamente na identificação de locais de sepultamento e monitorização das escavações", bem como "assegurar o pleno acesso a informações confiáveis e precisas para ajudar a localizar e identificar" os restantes desaparecidos entre 01 de janeiro de 1998 e 31 de dezembro de 2000.

Estas informações incluem todos os materiais, notas, pedidos, documentos, vídeos, gravações de áudio e outros documentos, incluindo aqueles de natureza confidencial, que são mantidos por instituições de ambas as partes e são relevantes neste contexto, indicaram.

Belgrado nunca reconheceu a secessão unilateral da sua antiga província do sul em 2008, proclamada na sequência de uma guerra iniciada com uma rebelião armada albanesa em 1997 que provocou 13.000 mortos, na maioria albaneses, e que motivou uma intervenção militar da NATO contra a Sérvia em 1999, à revelia da ONU.

Leia Também: Sérvia e Kosovo acordam resolução dos casos de desaparecidos

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