Pelo menos 5 pessoas morreram com cólera em quatro semanas nos Camarões
Yaounde, 20 abr 2023 (Lusa) - Pelo menos cinco pessoas morreram de cólera em quatro semanas na capital dos Camarões, Yaounde, e arredores, que normalmente não são afetados, anunciou o ministro da Saúde, falando de um "ressurgimento" do surto da doença no país.

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Pelo menos 88 casos de infeção por esta doença diarreica aguda foram registados no mesmo período na região do Centro, da qual Yaounde é a capital, entre a última semana de março e 19 de abril, precisou o médico Manaouda Malachie, num comunicado datado de quarta-feira.
O ministério tem elaborado relatórios periódicos desde que uma nova epidemia de cólera foi declarada em outubro de 2021, no país mais populoso da África Central.
Mas o anterior surto foi registado em 27 de outubro de 2022, com 272 mortes e 12.952 casos identificados num ano.
"É o centro que está ativo neste momento", disse Clavère Nken, chefe da unidade de comunicação do ministério da Saúde, à agência de notícias France-Presse, assegurando-nos que a epidemia se encontrava numa "pausa" há seis meses.
O ministério, que na sua declaração se refere a um "ressurgimento de casos de cólera", ainda não atualizou esta avaliação nacional. "As equipas (...) estão a trabalhar arduamente para conter esta epidemia" no centro, disse Malachie.
Os bairros de Djoungolo, Biyem Assi, Cité Verte e Nkoldongo, no coração de Yaoundé, foram afetados, assim como as cidades de Mfou, 20 quilómetros a leste, e Obala, 40 quilómetros a norte da capital dos Camarões, que tem uma população de cerca de 2,8 milhões de habitantes.
"O tratamento gratuito dos casos, a sensibilização, a desinfeção das famílias e comunidades são eficazes, foram disponibilizados 'kits' de purificação da água (...), e o sistema de vigilância foi posto em alerta", tranquilizou Malachie.
A cólera, uma doença diarreica aguda que pode matar em poucas horas se não for tratada, reaparece periodicamente nos Camarões, que tem uma população de mais de 25 milhões de habitantes.
O número de novos casos de cólera em África, que tinha aumentado acentuadamente no início do ano, diminuiu 37% na última semana de fevereiro, informou a Organização Mundial de Saúde (OMS) em 02 de março. Mas a organização da ONU disse temer que as inundações na África Austral representassem um elevado risco de propagação da doença de novo.
No início de março, a OMS anunciou que tinham sido comunicados casos de cólera em 12 países do continente, particularmente Moçambique e Malaui, que estão a sofrer epidemias recordes.
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