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Bispo de Hong Kong quer reforçar laços com a diocese de Pequim

A viagem de cinco dias é a primeira visita de um bispo de Hong Kong a Pequim em quase três décadas.

Bispo de Hong Kong quer reforçar laços com a diocese de Pequim
Notícias ao Minuto

09:12 - 20/04/23 por Lusa

Mundo Igreja

O bispo católico de Hong Kong, Stephen Chow, expressou hoje, numa viagem histórica a Pequim, o desejo de que as dioceses das duas cidades reforcem o intercâmbio e cooperação, avançou a imprensa local, numa altura de renovadas tensões entre China e Vaticano.

Chow fez as observações durante uma missa que também contou com a presença do seu homólogo em Pequim, de acordo com a emissora pública de Hong Kong RTHK.

O bispo disse aos jornalistas que foi encorajado a visitar outras dioceses. "Espero que esta não seja a última [visita]", afirmou.

A viagem de cinco dias é a primeira visita de um bispo de Hong Kong a Pequim em quase três décadas e ocorre duas semanas depois de o Vatican News, o portal de notícias da Santa Sé, ter noticiado que a China nomeou unilateralmente um novo bispo para Xangai, quebrando de facto com o acordo entre os dois Estados.

O documento assinado entre a China e o Vaticano, em 2018, pôs fim a mais de 70 anos de antagonismo.

O Acordo Preliminar, que foi renovado em outubro passado, prevê a nomeação de bispos com aprovação de ambos os lados, que romperam os laços diplomáticos em 1951, depois de Pio XII excomungar os bispos designados pelo Governo chinês.

Os católicos chineses dividiram-se então entre duas igrejas: a Associação Católica Patriótica Chinesa, aprovada por Pequim, e a clandestina, que continuou fiel ao Vaticano.

O Partido Comunista da China controla de perto a religião organizada, que vê como potencial ameaça ao seu monopólio de poder. As pessoas estão autorizadas a celebrar a sua fé em instituições que obedecem às regras do Partido. Alguns cristãos estabeleceram igrejas clandestinas, consideradas ilegais e perseguidas pelas autoridades.

As tensões renovaram-se em novembro passado, após a nomeação de um bispo auxiliar na província de Jiangxi, que o Vaticano não reconhece como diocese.

O acordo entre Pequim e a Santa Sé foi duramente criticado pelo cardeal Joseph Zen, de Hong Kong, que o classificou como uma "traição" aos crentes chineses que se mantiveram fiéis ao Vaticano.

Citado por outra emissora da região semiautónoma da China, a i-Cable News, Chow disse que a sua viagem abrangeu sobretudo intercâmbios entre dioceses, excluindo as questões que dividem China e o Vaticano.

Após a missa de quinta-feira, alguns fiéis em Pequim disseram à imprensa local que gostariam de ver mais intercâmbios entre as duas dioceses.

Chow, que foi nomeado pelo Papa Francisco como bispo de Hong Kong em 2021, começou a sua viagem na segunda-feira e participou de uma sessão de oração numa igreja naquela noite.

Na quarta-feira, o bispo visitou o túmulo de Matteo Ricci, um dos primeiros jesuítas a viver na China, que morreu em Pequim em 1610, informou a RTHK.

A visita foi realizada a convite do seu homólogo de Pequim.

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