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  • 21 SETEMBRO 2023
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Cabo Verde quer ser "mais profissional" nas compras públicas

O sistema da contratação pública de Cabo Verde vai ser avaliado durante este ano por uma metodologia independente e o país pretende ser "mais profissional" e introduzir as melhores práticas nas compras públicas, disse hoje fonte oficial.

Cabo Verde quer ser "mais profissional" nas compras públicas

"Sabemos que temos fragilidades, carências técnicas, mas também aspetos culturais difíceis de contornar, como o hábito, o facilitismo, a lei do menor esforço, que não serão validadas ou pelo menos evidenciadas neste âmbito, mas também devem ser esmiuçadas para que melhoremos a nossa performance", afirmou a presidente da Autoridade Reguladora das Aquisições Públicas (ARAP) cabo-verdiana.

Samira Duarte falava, na cidade da Praia, na abertura de um 'workshop' para a avaliação, pela primeira vez, do Sistema Nacional da Contratação Pública (SNCP) do arquipélago, através da metodologia MAPS II, que tem sido utilizada pelos Governos para aferir a eficácia e a qualidade do sistema da contratação pública.

Cabo Verde publicou em 2015 os diplomas estruturantes do SNCP, e volvidos oitos anos entende que se justifica promover uma avaliação do sistema, para reforçar a partilha de responsabilidades e aprofundar a integração das compras públicas no âmbito do sistema global integrado de gestão financeira.

A avaliação, financiada pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), vai decorrer durante todo este ano, em que os consultores internacionais vão reunir-se com todas as entidades, públicas e privadas e a sociedade civil, para saber quais são as fragilidades do sistema.

Com as recomendações da avaliação, Samira Duarte disse esperar a construção de instituições "mais fortes e mais credíveis" em Cabo Verde, numa altura em que se regista a "mudança de paradigma" da contratação pública de processos físicos para processos eletrónicos.

A avaliação é anunciada dias depois de ter sido lançada uma plataforma eletrónica (ecompras.gov.cv) para a realização das compras públicas em Cabo Verde, mas a presidente da ARAP entendeu que ainda é preciso mais.

"Defendemos que o que deve mover uma instituição, quer seja pública ou privada, não deve ser apenas a evolução tecnológica, que é de extrema importância sim, mas também a ética e os princípios basilares, como os do interesse público, da igualdade, da concorrência, da legalidade, entre outros, para que tenhamos uma sociedade apta e verdadeiramente evoluída", enumerou.

"O novo paradigma deve ser de planeamento estratégico, inovação e governança", insistiu, indicando que a instituição que dirige trabalha na formação, sensibilização e informação, mas pediu a "participação efetiva" de todos, para que a avaliação possa ser o mais fiel possível à realidade da contratação pública em Cabo Verde.

O mesmo pedido para o "envolvimento efetivo" de todos foi feito pelo secretário de Estado das Finanças, Alcindo Mota, que presidiu ao ato de abertura do evento, entendendo que só assim se pode garantir o melhor conhecimento dos interesses e das expectativas das partes interessadas.

"O Governo qualifica como muitíssimo importante este ciclo de avaliação e auguramos que deste 'workshop' saiam importantes recomendações que nos permitem robustecer o nosso sistema nacional de contratação pública", previu o governante.

O diagnóstico pretende detetar pontos fortes, fracos e lacunas do sistema de compras públicas de Cabo Verde, e compará-los com as melhores práticas e com os padrões internacionais, e notar a capacidade profissional dos agentes públicos e dos operadores privados e o nível de participação da sociedade civil.

Também pretende avaliar o nível de sustentabilidade das compras públicas, os mecanismos para prevenir e combater a corrupção e promover a boa governação e fornecer orientações para a introdução de melhorias nas compras públicas.

"Nós estamos sempre preocupados com o índice de corrupção, pese embora não estarmos mal posicionados, mas não queremos estar satisfeitos com o nível que apresentamos, queremos ser sempre melhores", traçou ainda a presidente da ARAP.

O resultado da avaliação, cujo relatório preliminar deverá ser publicado ainda este ano, vai servir de base à introdução de melhorias nos domínios legal e regulatório, do quadro institucional, da gestão e funcionamento do mercado público e da integridade e transparência.

Samira Fernandes Duarte é presidente da ARAP desde novembro de 2019, sucedendo a Carla Soares de Sousa, que presidiu esta entidade reguladora desde a sua fundação, em 2008.

A ARAP tem entre outras atribuições a boa gestão do dinheiro público empregue na contratação pública, adoção de boas práticas de contratação pública, aplicação da lei da concorrência nesse mercado e prevenção e combate à corrupção.

Leia Também: Cabo Verde. PR condecora personalidades da comunidade nos EUA

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