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Rússia acusa EUA de promover sentimento antirusso nos protestos na Geórgia

A Rússia acusou hoje os Estados Unidos de estarem por detrás do "sentimento antirrusso" nos protestos na Geórgia contra um projeto de lei do Governo que a Presidente do país atribuiu a um pedido de Moscovo.

Rússia acusa EUA de promover sentimento antirusso nos protestos na Geórgia
Notícias ao Minuto

12:09 - 10/03/23 por Lusa

Mundo Dmitri Peskov

Referindo-se a uma declaração da Presidente da Geórgia de apoio aos manifestantes, feita durante uma viagem a Nova Iorque, o porta-voz do Kremlin (presidência), Dmitri Peskov, disse que Salome Zurabishvili estava "a falar ao seu povo não da Geórgia, mas da América".

Segundo Peskov, é um sinal de que "a mão visível de alguém está a tentar provocar um sentimento antirrusso" na Geórgia.

"Estamos a seguir isto com muito cuidado e com grande preocupação", disse o porta-voz do Kremlin, citado pela agência francesa AFP.

Peskov negou qualquer envolvimento russo na iniciativa do Governo de Tbilissi e afirmou que Moscovo "não interfere nos assuntos internos da Geórgia".

A Geórgia tem sido abalada nos últimos dias por protestos contra um projeto de lei que os críticos dizem ser baseado numa lei russa de 2012 que o Kremlin utiliza para reprimir os seus críticos.

A Presidente da Geórgia estava em Nova Iorque quando começaram os protestos e sugeriu o envolvimento da Rússia na iniciativa do Governo numa mensagem vídeo que enviou aos manifestantes na terça-feira.

"Ninguém precisava desta lei, ela veio do nada, só poderia ter vindo a pedido de Moscovo. Esta lei deve ser revogada", disse Zurabishvili aos manifestantes que estavam concentrados na Avenida Rustaveli, em Tbilissi, citada pela televisão árabe Al Jazeera.

"Apelo àqueles que agora se encontram em Rustaveli esta noite, como já o fizeram muitas vezes. Estou aqui em Nova Iorque com a Estátua da Liberdade atrás de mim. Este é o símbolo pelo qual a Geórgia sempre lutou. Eu estou convosco. Hoje, sois vós que representais a Geórgia livre", acrescentou.

No âmbito da visita a Nova Iorque, a Presidente da Geórgia reuniu-se com o secretário-geral da ONU, António Guterres, na segunda-feira.

O projeto de lei, entretanto retirado, previa que organizações que recebam mais de 20 por cento dos seus financiamentos de entidades estrangeiras fossem classificadas como "agentes estrangeiros", tal como acontece na Rússia.

Confrontado com os protestos, com 'slogans' pró-europeus e contra uma deriva autoritária ao estilo russo, o Governo de Tbilissi começou por reprimir as manifestações, mas abandonou o projeto de lei na quinta-feira.

A iniciativa legislativa acabou por ser rejeitada hoje pelo parlamento.

Além desta lei, muitos georgianos estão preocupados que o seu Governo se afaste das suas aspirações pró-europeias e temem uma aproximação à Rússia, país de que é vizinho, segundo a AFP.

O pequeno país do Cáucaso de quase quatro milhões de habitantes ainda está marcado por uma breve guerra perdida com a Rússia em 2008.

A Rússia patrocina duas regiões separatistas na Geórgia, Abecásia e Ossétia do Sul, cuja independência reconheceu após a guerra de 2008.

A Geórgia, uma ex-república soviética, tem ambições de ingressar na União Europeia e na NATO, mas várias medidas do Governo lançaram recentemente uma sombra sobre estas aspirações e levantaram dúvidas sobre os seus laços com Moscovo.

Leia Também: Putin avaliará progressos da campanha militar em discurso na terça-feira

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