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Traficantes atiraram crianças ao mar para evitar naufrágio em Itália

A acusação é feita por um dos sobreviventes ao La Stampa.

Traficantes atiraram crianças ao mar para evitar naufrágio em Itália
Notícias ao Minuto

23:40 - 28/02/23 por Marta Amorim

Mundo Naufrágio

Um sobrevivente da tragédia que matou pelo menos 64 pessoas em Itália disse ao jornal italiano La Stampa que crianças foram atiradas ao mar para aliviar peso no barco. 

"Os traficantes começaram a atirar as crianças para fora, agarraram-nas pelo braço e jogaram-nas ao mar", pode ler-se em declarações citadas pelo New York Post. 

Outro disse ainda que os traficantes atiraram pelo menos 20 pessoas ao mar antes de a embarcação afundar.

Recorde-se que pelo menos três pessoas foram detidas por alegada responsabilidade no tráfico dos imigrantes que seguiam no barco que naufragou na madrugada de domingo a poucos metros da costa, fazendo pelo menos 64 mortos. Segundo a BBC, os três detidos são um turco e dois paquistaneses.

Esta terça-feira a Frontex revelou que avisou, no sábado à tarde, as autoridades italianas para a presença no Mediterrâneo da embarcação com migrantes.

A patrulha da Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira (Frontex), que seguia num avião, enviou a mensagem ao ponto de contacto nacional das forças de segurança italianas e ao Centro de Operações da Guarda Costeira, sobre uma embarcação que "navegava sem problemas, a seis nós [de velocidade], com boa flutuabilidade e uma única pessoa visível no convés".

A Guarda Costeira italiana informou que, após ser alertada, comunicou com um outro navio que se encontrava nas imediações do ponto referenciado pela patrulha da Frontex para proceder à "interceção da embarcação".

No entanto, várias horas se passaram sem que o barco fosse detetado, segundo o relato divulgado pelas autoridades italianas.

Segundo o mesmo relato, a partir das 04h30 locais (03h30 em Lisboa), as autoridades costeiras italianas começaram a receber chamadas telefónicas de "pessoas em terra" que "alertaram para a existência de um barco em perigo a poucos metros da costa", dando-se, então, início ao processo de coordenação entre as diferentes forças de segurança.

"Esta é a primeira informação de emergência recebida pela Guarda Costeira em relação à embarcação avistada pelo avião da Frontex", explicou o órgão de segurança, que aproveitou para esclarecer que nenhuma das chamadas partiu do navio em perigo.

Em seguida, os 'Carabinieri' (polícia militar italiana), previamente alertados pela Guarda Costeira, chegaram à área e reportaram, então, o naufrágio.

A partir desse momento, os diferentes órgãos de segurança ativaram o dispositivo de emergência sob a coordenação da Guarda Costeira da Região da Calábria "com o envio de meios navais e aéreos, homens e meios terrestres para a área indicada".

Mas os esforços foram inúteis, pois o barco ficou destruído após colidir com rochas na costa de Steccato di Cutro.

Até agora, foram resgatados 82 sobreviventes e localizados 64 cadáveres, embora a Organização Internacional para as Migrações (OIM) tenha indicado à agência noticiosa espanhola EFE que o número de mortos poderá ultrapassar a centena.

A embarcação, que partira quatro dias antes da costa da Turquia, transportava cerca de 200 migrantes procedentes do Iraque, Irão, Afeganistão e Síria.

Leia Também: Aumenta para 64 o número de mortos no naufrágio ao largo de Itália

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