Pagamento de pensões a guerrilheiros da Renamo? "Fatura"

O presidente moçambicano, Filipe Nyusi, considerou, esta sexta-feira, que um futuro programa de pensões para os antigos guerrilheiros da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, é "a fatura" que o país deve pagar por uma "paz sustentável".

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Lusa
17/02/2023 12:02 ‧ 17/02/2023 por Lusa

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Moçambique

"A fatura da paz deve ser sustentada, temos estado a trabalhar no sentido de mobilizar mais apoios dos nossos parceiros", para encontrar soluções que viabilizem o pagamento de pensões aos antigos guerrilheiros da Renamo, declarou Nyusi.

O chefe de Estado moçambicano falava durante a conferência "Silenciando as armas em África em 2030", promovida em Adis Abeba, capital da Etiópia, pelo  Instituto Real de Assuntos Internacionais do Reino Unido (Chatham House).

O presidente moçambicano assinalou que há um consenso no país de que os 5.221 homens armados do principal partido da oposição, dos quais mais de 91% já foram desmobilizados, devem ter uma fonte de sustento, recebendo pensões, apesar de não terem descontado para a previdência social.

Filipe Nyusi avançou que o Estado moçambicano está a trabalhar com os parceiros internacionais para que financiem os primeiros cinco anos de pagamento de prestações aos antigos guerrilheiros, para mais tarde serem as autoridades moçambicanos a assumirem esta responsabilidade.

A transferência de uma remuneração mensal é uma fase do processo de reintegração e reconciliação com os antigos guerrilheiros, que se vai seguir à conclusão do desarmamento e desmobilização em curso, prosseguiu Nyusi.

"Estamos a trabalhar para que ainda no presente ano fechemos a última base da Renamo e incidamos a nossa ação no processo de reintegração e reconciliação nacional, incluindo a institucionalização de pensões", destacou.

Filipe Nyusi notou que os progressos na implementação do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) da Renamo resultam do diálogo honesto e confiança entre as lideranças dos dois partidos, através de uma metodologia que qualificou como "apropriação pelos moçambicanos do processo negocial".

O diretor do Programa para África do Chatham House, Alex Vines, apontou o pragmatismo de Filipe Nyusi como uma das chaves dos avanços registados no processo de pacificação de paz com a Renamo.

"O presidente é engenheiro de formação e procura soluções para os problemas", destacou.

Essa abordagem realista, prosseguiu, levou Filipe Nyusi a privilegiar contactos diretos com a liderança da Renamo e a apostar em soluções mais eficazes.

Dos 5.221 homens armados do principal partido da oposição, já foram desmobilizados cerca de 4.700, sendo que alguns foram incorporados nas Forças de Defesa e Segurança moçambicanas, faltando ainda encerrar a última base do movimento, a principal.

Na última semana, a Renamo considerou "uma incógnita" o encerramento da última base do braço armado do partido, na sequência do alegado homicídio de um antigo chefe militar da organização.

"Isto começa a ser uma incógnita: estão a assassinar os nossos desmobilizados", disse José Manteigas, porta-voz do partido, durante uma conferência de imprensa em Maputo, na qual denunciou o alegado assassínio um delegado e desmobilizado no centro do país.

Por outro lado, o principal partido da oposição considerou essencial o pagamento de pensões aos seus homens para uma paz definitiva no país.

Leia Também: Noruega e Suécia desembolsam mais 33 milhões para programa em Moçambique

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