Burkina Faso. Ativista da junta militar condenada a pena suspensa

A justiça burquinabê condenou hoje um dos líderes de um coletivo favorável à junta militar no poder a "dois anos de prisão suspensa" por ter feito ameaças, inclusive de morte, contra dois jornalistas, segundo fontes judiciais.

Notícia

© iStock

Lusa
10/02/2023 20:29 ‧ 10/02/2023 por Lusa

Mundo

Burkina Faso

O Tribunal Superior de Ouagadougou multou também o arguido, Mohamed Sinon, em 1 milhão de francos cfa (1.500 euros), considerando-o culpado por "apelos ao assassínio" dos jornalistas Newton Ahmed Barry e Alpha Barry, que chegou a ser ministro dos Negócios Estrangeiros entre 2016 e 2021.

No início de dezembro, num vídeo amplamente divulgado nas redes sociais, Mohamed Sinon havia apelado ao "assassínio" do jornalista Newton Ahmed Barry, acusado de ser um "inimigo interno e cúmplice" da França, pouco depois deste ter considerado "ilegal" a suspensão dos programas da RFI no Burkina Faso pelos militares.

Segundo o procurador, Sinon também apelou à agressão contra Alpha Barry, ligado ao grupo Omega Médias.

Líder do Coletivo de Líderes Pan-Africanos (CLP), Mohamed Sinon foi detido em 20 de janeiro em Ouagadougou, logo após ter organizado uma manifestação contra a presença de soldados franceses, em apoio às forças de defesa e segurança e aos dirigentes de transição.

Reconhecendo os factos, Sinon arrependeu-se de ter pronunciado o nome de Alpha Barry, antes de pedir perdão ao tribunal, aceitando que as suas palavras foram "um pouco fortes".

Sinon foi libertado após a leitura da sentença, anunciou o CLP nas redes sociais, referindo que o arguido se manifestou "satisfeito" com um "final feliz".

Ex-editor do jornal de investigação L'Evènement, Newton Ahmed Barry foi um apresentador de destaque na televisão do Burkina Faso na década de 1980.

O jornalista demitiu-se um dia após o assassínio em 1998 do jornalista de investigação e editor do semanário L'Indépendant Norbert Zongo e três de seus amigos, cujos corpos foram encontrados crivados de balas e carbonizados no seu veículo no sul do país.

Depois de presidir à Comissão Eleitoral Nacional Independente (Ceni) de 2014 a 2021, é atualmente comentador de vários meios de comunicação do Burkina Faso.

Leia Também: Burkina Faso. Alegados extremistas islâmicos matam 7 militares e 8 civis

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas