Deputados suíços defendem em Taiwan aprofundamento da relação com Taipé
Um grupo de deputados suíços defendeu hoje, em Taipé, o aprofundamento das relações políticas entre o seu país e Taiwan, durante um encontro com a líder do território, que Pequim reclama como uma província sua.
© Getty Images
Mundo Taiwan
"O governo suíço deve examinar de que forma as relações entre Suíça e Taiwan podem ser gradualmente aprofundadas, no interesse dos negócios, política, ciência e cultura", afirmou a deputada Fabian Molina, durante o encontro com Tsai Ing-wen.
As visitas de funcionários governamentais, deputados ou académicos estrangeiros a Taipé têm-se multiplicado, apesar da pressão exercida pela China para isolar o território.
China e Taiwan estão divididos desde o fim da guerra civil chinesa, em 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota frente aos comunistas.
O Exército de Libertação Popular, as Forças Armadas da China, tem organizado operações em larga escala, com recurso a navios de guerra e aviões militares, junto a Taiwan, numa altura em que Pequim se prepara para um possível bloqueio ou ataque total ao território, o que tem suscitado grandes preocupações entre os líderes militares dos Estados Unidos, o principal aliado da ilha.
Taiwan nunca fez parte da República Popular da China, mas o Partido Comunista defende que o território deve submeter a sua soberania ao continente chinês, à força, caso seja necessário. Pequim diz que o governo democraticamente eleito de Tsai não tem o direito a manter uma política externa autónoma.
A Suíça, tal como todos os outros governos europeus, exceto a Cidade do Vaticano, tem relações oficiais com Pequim, em vez de Taiwan, mas mantém extensos laços comerciais e oficiosos com a ilha, um centro de alta tecnologia e uma potência comercial.
"É essencial que as diferenças e tensões existentes entre Taiwan e a República Popular da China sejam resolvidas pacificamente e através do diálogo", afirmou Molina, membro do Partido Social Democrata da Suíça. "Algo diferente disso seria inaceitável", apontou.
Delegações parlamentares do Reino Unido, França, Japão e outros países também visitaram Taiwan nos últimos meses, numa demonstração de apoio ao seu governo eleito, apesar da oposição de Pequim.
Em agosto, a visita a Taipé da ex-presidente da Câmara dos Representantes dos EUA Nancy Pelosi gerou fortes protestos por parte do governo chinês, que considerou a viagem uma provocação e lançou exercícios militares em torno da ilha, numa escala sem precedentes
A embaixada da China na Suíça alertou os deputados, antes da viagem, para evitarem "contactos oficiais", de acordo com a imprensa suíça.
A delegação suíça incluiu ainda Nicolas Walder, Yves Nidegger, Mustafa Atici e Leonore Porchet.
Tsai afirmou que Taiwan e a Suíça são "parceiros semelhantes", que valorizam a liberdade e a democracia. "Gostaria de agradecer, mais uma vez, a todos, o vosso firme apoio a Taiwan", apontou.
"Taiwan está na linha da frente na defesa da democracia. Face à contínua expansão do autoritarismo, apelamos também aos amigos da frente democrática para que continuem a aprofundar a nossa parceria e o trabalho em conjunto, visando garantir o nosso modo de vida", apontou.
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