Líder da oposição grega pede dissolução do parlamento e eleições
O líder do principal partido da oposição na Grécia, Alexis Tsipras, pediu hoje a dissolução "imediata" do parlamento grego e a convocação de eleições antecipadas no prazo de três semanas, devido ao escândalo das escutas telefónicas.

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Mundo Grécia
Segundo o presidente do Syriza, que falava numa conferência de imprensa, as escutas dos serviços secretos gregos (EYP) a políticos e militares do país constituem um "escândalo", e o Governo conservador de Kyriakos Mitsotakis "não deve permanecer no poder nem mais um minuto".
"Este governo para nós e para todos os cidadãos democráticos caiu moral e politicamente. Não deve ficar no poder nem mais um minuto", disse o líder do partido de esquerda, quatro dias depois de Mitsotakis, que lidera a Nova Democracia, ter sobrevivido à moção de censura apresentada pelo Syriza.
Tsipras enfatizou que, a partir de hoje, o Syriza vai abster-se em todas as votações no parlamento grego, à exceção dos esforços do partido para aprovar um projeto de lei que contempla a proibição da participação de partidos neonazis nas eleições.
"Enquanto o primeiro-ministro se recusar a fazer o óbvio, a apelar ao povo grego para julgar o crime que cometeu contra a democracia e contra o Estado de direito, o Syriza não legitimará o trabalho legislativo de um governo que produziu um desvio democrático", frisou o líder da oposição grega.
Na passada sexta-feira, Mitsotakis superou uma moção de censura apresentada pelo Syriza, um dia depois de o diretor da Autoridade para a Garantia da Privacidade das Comunicações (ADAE), Christos Rammos, confirmou, através de uma carta, que os serviços secretos helénicos estavam a ouvir o atual ministro do Trabalho e ex-chefe de Energia e Meio Ambiente, Kostís Hatzidakis, e a liderança militar do país, incluindo o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Konstantinos Floros.
A moção que exigia maioria absoluta de 151 votos (o parlamento tem 300 assentos) foi rejeitada pelos 156 deputados do partido Nova Democracia, de Mitsotakis, enquanto toda a oposição votou a favor.
Durante o debate que antecedeu a votação, Mitsotakis evitou lançar luz sobre o escândalo e voltou a negar que teve conhecimento ou que tenha dado ordens aos serviços secretos -- diretamente supervisionados pelo primeiro-ministro, na sequência de uma reforma legal aprovada logo que a Nova Democracia tomou posse -- para escutar políticos, soldados, jornalistas ou empresários.
O primeiro-ministro afirmou que as eleições vão decorrer "na próxima primavera", sem, contudo, avançar qualquer data.
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