Mali. Nações Unidas apelam a reforço a deslocados pelos últimos ataques
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) apelou hoje ao reforço do apoio aos deslocados pelos últimos ataques no Mali, abalado por operações de extremistas islâmicos, e pediu uma "maior solidariedade" com estas pessoas.
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Mundo Mali
O representante da agência no Mali, Mohamed Touré salientou que "a violência e as ameaças de grupos armados forçaram os malianos e os refugiados a fugir em busca de segurança".
Entre os casos mais recentes encontra-se a cidade de N'Tillit (norte), onde mais de 3.700 refugiados burquinabês e residentes do Mali tiveram de fugir para Gao, a 120 quilómetros de distância.
"A ameaça atual em N'Tillit, onde refugiados tinham encontrado refúgio nos últimos anos após a fuga do Burkina Faso, deslocou-os pela segunda ou terceira vez, causando um trauma ainda maior", explicou.
Argumentou que, "desde 2008, os refugiados do Burkina Faso têm sido obrigados a atravessar a fronteira para o Mali, apesar da situação precária em ambos os países". O Mali acolhe mais de 60.000 refugiados, incluindo 25.000 do Burkina Faso, enquanto 440.000 malianos permanecem deslocados no país.
"O número de chegadas a Gao pode continuar a aumentar, enquanto o resto da população de N'Tillit teme represálias após vários ultimatos por parte de um grupo armado", advertiu Touré, que salientou que a maioria dos deslocados são mulheres e crianças que caminharam durante horas sem comida.
Neste sentido, salientou que estas pessoas deslocadas "estão agora a viver debaixo de árvores ou em abrigos improvisados com pouca comida e água".
"Mulheres grávidas e lactantes com crianças, idosos, pessoas com deficiência e crianças desacompanhadas necessitam urgentemente de cuidados de saúde", disse.
O ACNUR e os seus parceiros estão a apoiar as autoridades locais na avaliação e resposta às necessidades das famílias deslocadas à força em Gao, enquanto coordenam uma resposta humanitária para os refugiados e deslocados em todo o país africano.
"Apesar destes esforços, as necessidades dos deslocados continuam enormes, uma vez que a violência dos grupos armados continua a forçar as pessoas a fugir", disse Touré, que apelou à comunidade internacional "a demonstrar maior solidariedade" com os deslocados no Mali e países vizinhos, através de apoio financeiro urgente às organizações humanitárias para fornecer assistência vital.
O Mali, tal como outros países do Sahel, tem sofrido nos últimos anos um número crescente de ataques 'jihadistas', tanto pela filial da Al-Qaida na região, como pelo grupo extremista Estado Islâmico, o que também aumentou a violência intercomunal e causou a deslocação de dezenas de milhares de pessoas.
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