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Opositor espanhol morre em hospital da Guiné Equatorial

Um cidadão espanhol opositor ao regime da Guiné Equatorial morreu num hospital da cidade portuária de Bata, depois de ter estado vários anos preso no país, disseram hoje fontes da diplomacia de Madrid.

Opositor espanhol morre em hospital da Guiné Equatorial
Notícias ao Minuto

21:04 - 15/01/23 por Lusa

Mundo Guiné Equatorial

As fontes disseram à agência espanhola Efe que se trata de Julio Obama Mefuman, de 51 anos, membro do Movimento de Libertação da Guiné Equatorial III República (MLGE III R), que foi capturado e preso pelo regime em novembro de 2020, quando se encontrava no Sudão do Sul.

A notícia da sua morte foi conhecida uns dias depois de a Audiência Nacional, tribunal que tem jurisdição sobre todo o território espanhol, ter aberto uma investigação contra a cúpula de segurança da Guiné Equatorial, que inclui um dos filhos do Presidente, Carmelo Ovono Obiang, secretário de Estado da Presidência e chefe dos serviços secretos no exterior.

A investigação judicial por alegados crimes de tortura e sequestro de Obama e outro espanhol, Feliciano Efa, envolve ainda o ministro de Estado, Nicolás Obama, e o diretor-geral da Segurança Presidencial, Isaac Ngema,

As primeiras informações policiais indicam que os três seguiam a bordo do avião presidencial que transportou, a partir do Sudão do Sul, Feliciano Efa e Julio Obama para Malabo, a capital da Guiné Equatorial.

Além disso, alegadamente, os três altos cargos estiveram presentes e participaram nos atos de tortura a que foram submetidos os dois cidadãos espanhóis e dois outros nativos.

De acordo com as mesmas indicações policiais, Obama e Efa foram presos depois de serem condenados por um suposto golpe de Estado, num julgamento sem quaisquer garantias.

"Os nossos serviços consulares estão a fazer tudo o que é possível para tentar reunir mais informação", asseguraram à Efe as mesmas fontes.

Teodoro Obiang Nguema, de 80 anos, governa ditatorialmente a Guiné Equatorial desde 1979, quando derrubou, num golpe, o seu tio Francisco Macias.

Atualmente o chefe de Estado há mais tempo no cargo, à exceção das monarquias, foi reeleito nas eleições de 20 de novembro para um sexto mandato de sete anos, com 94,9% dos votos, segundo os resultados oficiais, que a oposição questionou, denunciando irregularidades na votação.

Desde que se tornou independente de Espanha, em 1968, a Guiné Equatorial é considerada por organizações de direitos humanos um dos países mais corruptos e repressivos do mundo, devido a denúncias de prisões, torturas de dissidentes e repetidas fraudes eleitorais.

Leia Também: Guiné Equatorial desmente morte de presidente Teodoro Obiang

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