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Japão inicia construção de base para acolher manobras militares com EUA

O Japão iniciou hoje a construção de uma nova base para as suas Forças de Autodefesa na ilha desabitada de Mage como parte do plano de relocalização de manobras navais conjuntas com os Estados Unidos.

Japão inicia construção de base para acolher manobras militares com EUA
Notícias ao Minuto

13:07 - 12/01/23 por Lusa

Mundo Japão

A ilha da prefeitura de Kagoshima, no sudoeste do arquipélago, albergará uma nova instalação militar considerada indispensável para as operações de porta-aviões norte-americanos na região da Ásia-Pacífico, disse o porta-voz do Governo, Hirokazu Matsuno.

"Considerando que nos encontramos no ambiente de segurança mais sério e complicado do pós-guerra, o Governo irá construir estas instalações com vista a iniciar as operações o mais rapidamente possível", disse Matsuno numa conferência de imprensa em Tóquio, citado pela agência espanhola EFE.

A construção deverá demorar quatro anos, período durante o qual o Governo oferecerá uma compensação à indústria pesqueira local por não ser capaz de desenvolver as suas atividades económicas.

A ilha tem oito quilómetros quadrados e passará a dispor de pistas de aterragem, hangares e portos que poderão ser utilizados para manobras de caças e porta-aviões dos Estados Unidos.

Essas manobras decorrem atualmente na ilha de Iwoto, também conhecida como Iwojima, cerca de 1.250 quilómetros a sul de Tóquio.

Embora ambas as partes tenham concordado, em 2011, relocalizar certas unidades dos Estados Unidos e exercícios militares no arquipélago japonês, o processo de aprovação da construção da nova base foi acelerado no contexto de tensões crescentes na região.

Os Estados Unidos e o Japão concordaram, na quarta-feira, em expandir a sua cooperação militar face à política externa da China no Pacífico, durante uma reunião entre os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa em Washington.

"Os ministros concordaram que a política externa da China procura remodelar a ordem internacional em seu benefício e empregar o crescente poder político, económico, militar e tecnológico da China para esse fim", disseram as duas partes num comunicado conjunto.

"Este comportamento é uma séria preocupação para a aliança e para toda a comunidade internacional", acrescentaram, segundo a agência japonesa Kyodo.

Numa conferência de imprensa conjunta após a reunião, o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, saudou as novas estratégias.

Há "uma notável convergência entre as nossas estratégias e as do Japão", disse Blinken, após a reunião com o seu homólogo japonês, Yoshimasa Hayashi, e com os responsáveis pela Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, e do Japão, Yasukazu Hamada.

Como parte do acordo, os Estados Unidos também se comprometeram a reorganizar o 12.º Regimento de Fuzileiros em Okinawa, perto de Taiwan, num regimento litoral até 2025.

Segundo Lloyd Austin, o novo regimento terá novas capacidades militares, incluindo mísseis antinavegação.

Será concebido para ter uma resposta melhorada e capacidades móveis, uma vez que as ações da China em torno das remotas ilhas do sudoeste do Japão e Taiwan aumentaram os riscos de conflito, de acordo com a Kyodo.

Na conferência de imprensa, Austin minimizou a possibilidade de uma invasão iminente de Taiwan, que a China vê como uma província renegada a ser reunida com o continente pela força, se necessário.

"O que estamos a ver recentemente é algum comportamento muito provocador por parte das forças chinesas, e a sua tentativa de restabelecer um novo normal", disse Austin, citado pela agência japonesa.

O Japão adotou, em dezembro, uma nova estratégia de defesa que reflete também a preocupação da guerra entre a Rússia e a Ucrânia e as suas implicações para Taiwan.

A nova estratégia prevê o objetivo de duplicar o orçamento de defesa para dois por cento do Produto Interno Bruto (PIB) no ano fiscal de 2027.

Trata-se de uma medida que afasta o Japão da postura exclusivamente de autodefesa em que foram colocadas as suas forças desde o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945.

Leia Também: Reino Unido e Japão assinam acordo militar de "acesso recíproco" 

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