O Governo moçambicano admite "desafios persistentes" nas áreas de habitação e urbanismo no país, com surgimento de assentamentos informais e bairros clandestinos, disse o ministro das Obras Públicas, prevendo a construção de mais de 12 mil casas até 2029.
"Nos próximos cinco anos idealizamos construir 12.100 casas, sendo de destacar os projetos habitacionais da cidade de Maputo e da cidade petroquímica no distrito de Vilankulo, na província de Inhambane, que irão disponibilizar mais de 6.000 habitações", disse Fernando Eliasse, ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, numa mensagem alusiva aos 30 anos do Fundo de Fomento de Habitação (FFH), divulgada hoje.
Na mensagem, o governante admitiu "desafios persistentes" em Moçambique nos setores de habitação e urbanismo, apontando para o crescimento, por vezes descontrolado, de "assentamentos informais e bairros clandestinos" nos grandes centros urbanos do país.
"Somos realistas ao reconhecer que o nosso país enfrenta desafios persistentes no campo da habitação e do urbanismo. Embora sucessivos governos tenham implementado diversos projetos, o défice habitacional continua a crescer, atingindo proporções desafiantes que, por vezes, se tornam difíceis de gerir", referiu o ministro, acrescentando que a situação exige a "máxima atenção" do executivo moçambicano.
Fernando Rafael avançou ainda que o crescimento demográfico em Moçambique, estimado em 2,5% por ano, impõe desafios de construção de "novas centralidades urbanas" no país, assumindo a responsabilidade do executivo no desenvolvimento de infraestruturas urbanas sustentáveis e que melhorem a qualidade de vida dos moçambicanos.
"Estamos conscientes de que a promoção de investimentos privados no setor de habitação é fundamental para aumentar a oferta de casas condignas e é fator de desenvolvimento económico social", disse o ministro das Obras Públicas.
As 12.100 casas serão construídas em parceria com o setor privado, avançou Fernando Rafael, acrescentando que até 2029 deverão ser também melhoradas outras 7.500 casas no âmbito do Projeto de Desenvolvimento Urbano do Norte de Moçambique.
Em cinco anos, Moçambique também espera alcançar a meta de 49.200 talhões urbanizados, com acesso a água, energia, saneamento e "zonas reservadas para serviços públicos".
O Fundo de Fomento de Habitação, entidade pública criada em 1995, tem como missão facilitar o acesso da população a habitações condignas e a preços acessíveis em Moçambique, tendo já construído pelo menos 5.247 casas, indica a instituição na sua página oficial.
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