"Festa da Selma". O nome de código usado para as invasões em Brasília

A concentração de apoiantes do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro que culminou na invasão das sedes dos três poderes em Brasília foi organizada via plataformas online, em que apelidavam o evento de "Festa da Selma", noticiou hoje o portal Uol.

Apoiantes de Bolsonaro roubaram armas do palácio presidencial

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Lusa
11/01/2023 19:03 ‧ 11/01/2023 por Lusa

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"O código é festa da Selma, vai acontecer uma festa de aniversário enorme e existe uma organização muito grande para juntar e preparar os convidados (...) a organização antes da festa vai ser em um lugar não conhecido, onde as pessoas estão há mais de 65 dias [acampamento em frente ao quartel-general de Brasília". E de lá todos sairão para a festa", lê-se no texto do mapa online "Viagem para Praia".

Nesta mapa online, de acordo com a investigação do portal Uol, estavam marcados, em vez de pontos turísticos, lugares em 43 cidades do país onde se podia apanhar um autocarro para Brasília e ainda os contactos dos organizadores dos transportes.

Segundo o mesmo portal, este mapa online circulou em vários grupos de radicais, como o grupo "Caça e Pesca", que alberga 18 mil membros no sudeste do país e o grupo "Sertanejo" focado para os extremistas do Centro-Oeste.

Na descrição da "Festa da Selma" os organizadores avisavam que o evento ia ser violento e com confrontos com a polícia.

"A 'Selma' "não convidou crianças e nem idosos, quer somente adultos dispostos para participarem de todas as brincadeiras, entre elas: tiro ao alvo, polícia e ladrão, dança da cadeira, dança dos índios, pega pega, e outras", lia-se.

"É importante que cada um leve suas coisas pessoais de higienização e proteção, inclusive: máscara para não ficar ardendo com a torta de pimenta na cara e soro fisiológico para se limpar caso espirrem algo que faça vocês chorarem e lacrimejarem, mas não de alegria, durante a festa", referia ainda, de acordo com o Uol.

Apoiantes do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro invadiram e vandalizaram no domingo as sedes do Supremo Tribunal Federal (STF), do Congresso e do Palácio do Planalto, em Brasília, obrigando à intervenção policial para repor a ordem e suscitando a condenação da comunidade internacional.

A Polícia Militar conseguiu recuperar o controlo das sedes dos três poderes, numa operação de que resultaram cerca de 1.500 detidos.

A Polícia Federal brasileira informou que cerca de 600 pessoas presas acusadas de participarem nos atos, na maioria idosos com mais de 65 anos, mulheres que têm filhos pequenos e pessoas com comorbilidades graves, foram libertadas para responder em liberdade.

A invasão começou depois de militantes da extrema-direita brasileira que apoiam o anterior presidente, derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de outubro passado, terem convocado um protesto para a Esplanada dos Ministérios, na capital brasileira.

Entretanto, o juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes afastou o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, por 90 dias, considerando que tanto o governador como o ex-secretário de Segurança e antigo ministro da Justiça de Bolsonaro Anderson Torres terão atuado com negligência e omissão.

Torres é alvo de um pedido de prisão que ainda não foi cumprido por se encontrar em viagem aos Estados Unidos da América.

Leia Também: Invasões em Brasília? UE condena "firmemente estes atos chocantes"

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