O arroz que chegará ao mercado foi produzido em 2021 e 2022 e provém da colheita de 2020, marcando a primeira vez que o arroz colhido há cinco anos é disponibilizado, anunciou Koizumi hoje numa conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Ministros.
"Forneceremos quantidades ilimitadas de arroz armazenado se houver procura, para que as empresas que o desejem o possam utilizar. Por conseguinte, venderemos 100.000 toneladas da colheita de 2021 e 100.000 toneladas da colheita de 2020", disse Koizumi, citado pela emissora pública japonesa NHK.
O preço de venda do arroz será de cerca de 1.700 ienes (10,30 euros) por cada cinco quilogramas, acrescentou.
Alguns consumidores e empresas de restauração queixaram-se da idade do arroz, afirmando que, após vários anos de produção, este tem de ser utilizado para alimentação animal e já não tem a qualidade necessária para consumo humano.
O preço do arroz nacional, um alimento básico da dieta japonesa, duplicou no último ano, obrigando os restaurantes e os consumidores a procurar alternativas como a importação do cereal de outros países e forçando o Governo a libertar parte das suas reservas nacionais para tentar estabilizar os preços.
Os preços aumentaram 90% no último ano, uma subida que foi impulsionada por fatores como o aumento da procura nos restaurantes devido ao crescimento do turismo, a especulação dos grossistas e intermediários e as "compras de pânico" após o Governo ter emitido um alerta de possível terramoto no verão passado.
Perante esta situação, o Governo japonês decidiu disponibilizar toneladas das suas reservas de arroz para o mercado geral a partir de março, algo inédito, e no final do mês passado começou a vender arroz através de contratos diretos com retalhistas a preços controlados.
O Japão criou as suas reservas nacionais de arroz em 1995, após uma grave escassez de arroz dois anos antes, devido a um verão invulgarmente frio. Todos os anos, o governo armazena cerca de 200 mil toneladas para garantir reservas em caso de emergência.
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