O iraniano Seyed Abbas Araghchi, principal negociador do seu país para o dossiê nuclear, o sírio Assaad al-Chaibani, o príncipe saudita Fayçal ben Farhane, o egípcio Badr Abelatty e o omanita Badr al-Boussaidi participarão na quarta e quinta-feira no Fórum de Oslo, encontro anual dedicado às questões da paz.
A reunião decorrerá à porta fechada em Lørenskog, a cerca de 15 quilómetros da capital norueguesa.
"O fórum tem lugar num momento marcado por várias grandes guerras e conflitos, uma polarização crescente, novas alianças e rivalidades entre grandes potências", sublinhou o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Noruega, em comunicado.
"Os participantes discutirão, nomeadamente, os acordos de cessar-fogo, a utilização de canais de comunicação oficiosos e os esforços de paz e de resolução de conflitos num mundo marcado por uma dinâmica política em constante evolução", acrescentou.
Um novo encontro entre o Irão e os Estados Unidos sobre o programa nuclear de Teerão deverá realizar-se também esta semana, segundo ambos os países.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Esmaïl Baghaï, indicou hoje, em comunicado, que este novo ciclo de negociações indiretas decorrerá no domingo em Mascate, capital de Omã.
Segundo o portal Axios, que cita um responsável norte-americano sob anonimato, o encontro poderá também decorrer na sexta-feira em Oslo.
A Noruega não comentou esta informação até ao momento.
Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros norueguês, o Fórum de Oslo contará ainda com a presença de outros participantes "de alto nível", em representação, designadamente, do Qatar, Emirados Árabes Unidos e Turquia.
No domingo, o Irão ameaçou reduzir a sua cooperação com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) caso seja adotada uma resolução contra Teerão na reunião do conselho de governadores da agência, que começou segunda-feira em Viena.
"Certamente, a AIEA não deve esperar que a República Islâmica do Irão continue a sua ampla e amigável cooperação", afirmou Behrouz Kamalvandi, porta-voz da Organização de Energia Atómica do Irão, quando questionado na televisão estatal sobre a resposta de Teerão caso seja adotada uma resolução desfavorável ao país.
Segundo fontes diplomáticas, o E3 - Londres, Paris e Berlim - e os Estados Unidos pretendem apresentar, na próxima semana, ao conselho de governadores da AIEA uma resolução contra o Irão, com a ameaça de remeter o processo para as Nações Unidas.
O texto, preparado por Washington e pelos países do E3, "baseia-se no relatório completo" divulgado há alguns dias pela AIEA, salientou uma das fontes, precisando que a votação deverá ocorrer na próxima quarta-feira, em Viena.
Neste documento, que Teerão qualifica como "político", a AIEA apela a Teerão para uma maior transparência sobre o seu programa nuclear.
Nos últimos meses, Teerão acelerou a sua produção de urânio enriquecido a 60%, aproximando-se dos 90% necessários para o fabrico de uma bomba.
França, Reino Unido e Alemanha são, juntamente com a Rússia e a China, membros do acordo para supervisionar o programa nuclear iraniano celebrado com a República Islâmica em 2015, do qual os Estados Unidos se retiraram unilateralmente três anos depois, durante o primeiro mandato de Donald Trump na Casa Branca.
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