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Ruanda recusa acolher mais refugiados da República Democrática do Congo

O Ruanda não pode acolher mais refugiados provenientes da República Democrática do Congo (RDCongo), resultantes dos confrontos no leste do país, disse hoje o Presidente ruandês, Paul Kagame, no mais recente episódio de tensões entre Kigali e Kinshasa.

Ruanda recusa acolher mais refugiados da República Democrática do Congo
Notícias ao Minuto

19:52 - 09/01/23 por Lusa

Mundo Ruanda

No leste da RDCongo, país rico em recursos minerais, os combates entre forças governamentais e milicianos do M23, uma antiga rebelião tutsi, exacerbaram as tensões com o Ruanda vizinho, que Kinshasa acusa de encorajar a milícia. Kigali nega qualquer envolvimento.

Estas violências levaram numerosos congoleses a fugir para países vizinhos como o Ruanda. Segundo o Alto-Comissariado da Organização das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), o Ruanda contava com 72 mil refugiados congoleses em novembro de 2022.

"Não podemos continuar a acolher refugiados" provenientes da RDCongo, declarou Paul Kagame, no Senado. Disse ainda que "este não é problema do Ruanda", acentuando: "Vamos fazer com que todos entendem que este não é problema do Ruanda. Recuso que o Ruanda suporte este fardo".

Em dezembro, peritos da ONU reuniram "provas substanciais, que demonstraram "a intervenção direta das forças de defesa ruandesas" no território da RDCongo, pelo menos entre novembro de 2021 e outubro de 2022.

A União Europeia já apelou ao Ruanda para que "deixe de apoiar o M23".

O Ruanda atribuiu, por várias vezes, a responsabilidade da crise no leste congolês a Kinshasa e acusou a comunidade internacional de fechar os olhos ao seu alegado apoio às Forças Democráticas de Libertação do Ruanda, um movimento de rebeldes hutus ruandeses, alguns dos quais implicados no genocídio dos tutsi em 1994 no Ruanda.

Apresentada como uma ameaça para Kigali, a existência e a violência desta milícia justificaram intervenções armadas ruandesas em território congolês.

O Ruanda acusou a RDC, onde a eleição presidencial está prevista para dezembro deste ano, de instrumentalizar o conflito para fins eleitorais e "fabricar" um massacre que, segundo o inquérito da ONU, foi cometido em novembro pelo M23 e custou a vida a pelo menos 131 civis nas localidades de Kishishe e Bambo, segundo um balanço ainda provisório.

Foram lançadas iniciativas diplomáticas para procurar resolver a crise no leste da RDCongo - incluindo com a mediação do Presidente angolano, João Lourenço, Uma força regional da África Oriental, dirigida pelo Quénia, está em vias de instalação naquela região.

Leia Também: Relatório da ONU acusa Ruanda de lançar operações militares na RDCongo

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