Jordânia adverte governo israelita para não "cruzar linhas vermelhas"
O rei Abdullah II da Jordânia alertou esta quarta-feira o novo governo de coligação de Israel que o seu país estará preparado, caso sejam cruzadas "linhas vermelhas", para lidar com as suas pressões nos locais sagrados.
© LUDOVIC MARIN/POOL/AFP via Getty Images
Mundo Jordânia
"Se as pessoas quiserem entrar em conflito conosco, estamos bastante preparados", destacou em entrevista à estação CNN, citada pela agência de notícias Petra, acrescentando que há "muitas pessoas em Israel preocupadas" com a situação.
O monarca aludiu a certas "linhas vermelhas" em relação ao 'status quo' dos locais sagrados em Jerusalém, embora tenha deixado claro que o povo israelita "tem o direito" de eleger os seus próprios representantes, independentemente da sua persuasão política e desde que trabalhem para "juntar as pessoas".
Abdullah também apontou que, como "guardiões" dos lugares sagrados para cristãos, muçulmanos e judeus em Jerusalém, como a Esplanada das Mesquitas, existem "desafios" no terreno.
"Se continuarmos a usar Jerusalém como uma plataforma para a política, as coisas podem ficar ficar fora do controlo muito, muito rapidamente", alertou.
Questionado sobre se o 'status quo' está ameaçado, o rei Abdullah II respondeu que haverá "sempre" pessoas que tentarão promover a opção de ruptura e que isso é motivo de preocupação.
"Mas não acho que esses indivíduos estejam apenas sob o nosso microscópio, mas sim sob um microscópio internacional", salientou.
"Temos que nos preocupar com a chegada de uma Intifada ("Guerra das Pedras"). E se isso acontecer, é um colapso total da lei e da ordem, e nem os israelitas nem os palestinos sairão beneficiados", vincou, enfatizando que os extremistas estão a usar Jerusalém para desencadear conflitos e violência.
O novo governo israelita, que será liderado por Benjamim Netanyahu, colocou a expansão dos colonatos na Cisjordânia no topo da sua lista de prioridades.
O partido Likud, de Netanyahu, divulgou esta quarta-feira as diretrizes políticas do novo governo, referindo que irá "avançar e desenvolver colonatos em todas as partes de Israel - na Galileia, Negev, Montes Golã e Judeia e Samaria" - os nomes bíblicos para a Cisjordânia.
Netanyahu informou, na terça-feira, o presidente do parlamento (Knesset) que tinha o apoio necessário para formar Governo, o mais ultranacionalista e religioso da história de Israel.
O partido de Netanyahu, o Likud, fará coligação com três partidos de extrema-direita e dois partidos ultraortodoxos.
Nas eleições legislativas de 01 de novembro, Netanyahu e os seus aliados conquistaram uma maioria de 64 dos 120 assentos parlamentares no Knesset e o líder do Likud começou por prometer formar uma coligação rapidamente.
O processo acabou, no entanto, por ser mais complicado do que o previsto, em parte, porque os parceiros ultraortodoxos e de extrema-direita do Likud exigiram garantias firmes sobre o futuro projeto de governo.
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