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Jordânia adverte governo israelita para não "cruzar linhas vermelhas"

O rei Abdullah II da Jordânia alertou esta quarta-feira o novo governo de coligação de Israel que o seu país estará preparado, caso sejam cruzadas "linhas vermelhas", para lidar com as suas pressões nos locais sagrados.

Jordânia adverte governo israelita para não "cruzar linhas vermelhas"
Notícias ao Minuto

06:26 - 29/12/22 por Lusa

Mundo Jordânia

"Se as pessoas quiserem entrar em conflito conosco, estamos bastante preparados", destacou em entrevista à estação CNN, citada pela agência de notícias Petra, acrescentando que há "muitas pessoas em Israel preocupadas" com a situação.

O monarca aludiu a certas "linhas vermelhas" em relação ao 'status quo' dos locais sagrados em Jerusalém, embora tenha deixado claro que o povo israelita "tem o direito" de eleger os seus próprios representantes, independentemente da sua persuasão política e desde que trabalhem para "juntar as pessoas".

Abdullah também apontou que, como "guardiões" dos lugares sagrados para cristãos, muçulmanos e judeus em Jerusalém, como a Esplanada das Mesquitas, existem "desafios" no terreno.

"Se continuarmos a usar Jerusalém como uma plataforma para a política, as coisas podem ficar ficar fora do controlo muito, muito rapidamente", alertou.

Questionado sobre se o 'status quo' está ameaçado, o rei Abdullah II respondeu que haverá "sempre" pessoas que tentarão promover a opção de ruptura e que isso é motivo de preocupação.

"Mas não acho que esses indivíduos estejam apenas sob o nosso microscópio, mas sim sob um microscópio internacional", salientou.

"Temos que nos preocupar com a chegada de uma Intifada ("Guerra das Pedras"). E se isso acontecer, é um colapso total da lei e da ordem, e nem os israelitas nem os palestinos sairão beneficiados", vincou, enfatizando que os extremistas estão a usar Jerusalém para desencadear conflitos e violência.

O novo governo israelita, que será liderado por Benjamim Netanyahu, colocou a expansão dos colonatos na Cisjordânia no topo da sua lista de prioridades.

O partido Likud, de Netanyahu, divulgou esta quarta-feira as diretrizes políticas do novo governo, referindo que irá "avançar e desenvolver colonatos em todas as partes de Israel - na Galileia, Negev, Montes Golã e Judeia e Samaria" - os nomes bíblicos para a Cisjordânia.

Netanyahu informou, na terça-feira, o presidente do parlamento (Knesset) que tinha o apoio necessário para formar Governo, o mais ultranacionalista e religioso da história de Israel.

O partido de Netanyahu, o Likud, fará coligação com três partidos de extrema-direita e dois partidos ultraortodoxos.

Nas eleições legislativas de 01 de novembro, Netanyahu e os seus aliados conquistaram uma maioria de 64 dos 120 assentos parlamentares no Knesset e o líder do Likud começou por prometer formar uma coligação rapidamente.

O processo acabou, no entanto, por ser mais complicado do que o previsto, em parte, porque os parceiros ultraortodoxos e de extrema-direita do Likud exigiram garantias firmes sobre o futuro projeto de governo.

Leia Também: Novo Governo de Israel anuncia que vai expandir colonatos na Cisjordânia

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