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Dezoito mortos em confrontos entre grupos armados no nordeste da RDCongo

Dezoito pessoas foram mortas e várias feridas durante um confronto entre dois grupos armados que operam no nordeste da República Democrática do Congo (RDCongo), confirmaram hoje fontes próximas do exército congolês à agência noticiosa EFE.

Dezoito mortos em confrontos entre grupos armados no nordeste da RDCongo
Notícias ao Minuto

13:36 - 12/12/22 por Lusa

Mundo RDCongo

"O incidente teve lugar na noite de sábado, quando milicianos da Cooperativa para o Desenvolvimento do Congo (Codeco) atacaram os da Frente Popular de Auto-Defesa (FPAC-Zaire), cujos membros controlavam uma pedreira mineira", explicou Jean Jacques Openji, coordenador da "Allez-y les FARDC", uma organização que apoia as ações das Forças Armadas da RDCongo (FARDC), à EFE.

A pedreira mineira está localizada em Mbijo, uma cidade rica em ouro na província de Ituri.

"O ataque foi feroz por parte das milícias da Codeco, que infelizmente mataram civis, incendiaram casas e saquearam lojas antes de raptar algumas pessoas e levá-las para a floresta", acrescentou Openji.

Segundo o coordenador, a maior parte dos conflitos na província de Ituri giram em torno do controlo das minas.

No entanto, Openji salientou que os confrontos de sábado à noite se deviam aos rebeldes da Codeco que queriam vingar a morte de um dos seus membros, que foi morto por elementos da FPAC-Zaire.

"A situação acalmou por agora graças à intervenção do nosso exército, que foi alertado", disse.

A Codeco é um grupo rebelde pouco conhecido que nasceu em 2018 com o objetivo de combater os abusos do exército, embora tenha cometido numerosas mortes de civis e tenha multiplicado os seus ataques no ano passado em Ituri.

Segundo o Gabinete do Alto-Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, a Codeco matou mais de 400 pessoas, em 2021, e tornou-se a segunda milícia mais mortífera da região.

A milícia é composta, em grande parte, pela comunidade agrícola lendu, um dos grupos étnicos da região, que tem disputado terras com a comunidade hema, um grupo étnico de pastores da região.

A FPAC-Zaire descreve-se como um grupo de autodefesa cuja missão é proteger a comunidade hema contra ataques do grupo Codeco.

Face aos ataques rebeldes em Ituri e na vizinha província do Kivu do Norte, principalmente das Forças Democráticas Aliadas (ADF) - de origem ugandesa e do grupo rebelde mais letal da região - o Governo impôs um Estado de exceção (situação oposta ao Estado democrático de direito em situações de suspensão de direitos causada por descontrole institucional) em maio de 2021, que não conseguiu melhorar a situação no terreno.

Desde 1998, o leste da RDCongo tem estado mergulhado num conflito alimentado por milícias rebeldes e ataques de soldados do exército, apesar da presença da força de manutenção da paz da Organização das Nações Unidas (Monusco), com mais de 16.000 militares uniformizados no terreno.

Leia Também: ONU exige ao M23 que se retire das áreas que ocupa na RDCongo

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