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Azerbaijão. Arménia critica aliança militar liderada por Moscovo

O primeiro-ministro arménio, Nikol Pachinian, criticou hoje ao seus aliados da Organização do tratado de segurança coletiva (OTSC), uma aliança militar patrocinada por Moscovo, pelo seu falhanço em defender Erevan face ao vizinho Azerbaijão.

Azerbaijão. Arménia critica aliança militar liderada por Moscovo
Notícias ao Minuto

16:45 - 23/11/22 por Lusa

Mundo Conflito

A Arménia e o Azerbaijão confrontaram-se pelo controlo da região do Nagorno-Karabakh no decurso de duas guerras, com o último conflito em 2020 a provocar mais de 6.500 mortos.

Os conflitos prosseguiram desde então, como em setembro passado, quando 268 militares dos dois campos foram abatidos nos combates, apesar da presença de militares russos, seja no enclave do Nagorno-Karabakh ou na fronteira comum reconhecida entre os dois países.

Em setembro, a Arménia solicitou ajuda militar à OTSC e a Moscovo, em conformidade com o acordo que regulamenta as atividades da aliança. No entanto, a organização reagiu ao enviar o seu secretário-geral à zona de conflito e propondo um grupo de trabalho para analisar a situação.

"Até agora conseguimos chegar a acordo sobre uma reação da OTSC face à agressão azeri contra a Arménia", lamentou Pachinian no decurso de uma cimeira em Erevan desta aliança militar que inclui diversas ex-repúblicas soviéticas.

O líder arménio considerou "lamentável que a pertença da Arménia à OTSC não conseguisse conter a agressão azeri".

"Isso implica um enorme prejuízo à imagem da OTSC, que no nosso país quer no estrangeiro", assegurou Pachinian, que deve contactar o Presidente russo Vladimir Putin, presente no encontro, no final da tarde de hoje.

Os combates de setembro passado foram os mais graves desde 2020, quando os dois países se confrontaram pelo controlo do Nagorno-Karabakh, foco de conflitos desde que, em 1988, decidiu autonomizar-se do Azerbaijão, e quando os dois países ainda estavam integrados na União Soviética.

A Arménia e o Azerbaijão declararam a independência em 1991 e o conflito, que se agudizou nos últimos meses, prosseguiu em torno do enclave do Nagorno-Kharabak, região em território azeri habitada quase exclusivamente por arménios (cristãos ortodoxos).

Este enclave declarou a independência do Azerbaijão muçulmano após uma guerra no início da década de 1990, que provocou cerca de 30.000 mortos e centenas de milhares de refugiados.

Na sequência deste conflito, foi assinado um cessar-fogo em 1994 e aceite a mediação do Grupo de Minsk (Rússia, França e Estados Unidos), constituído no seio da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), mas as escaramuças armadas continuaram a ser frequentes, e implicaram importantes confrontos em 2018.

Cerca de dois anos depois, no outono de 2020, a Arménia e o Azerbaijão enfrentaram-se durante seis semanas pelo controlo do Nagorno-Karabakh durante uma nova guerra que provocou 6.500 mortos e com uma pesada derrota arménia, que perdeu uma parte importante dos territórios que controlava há três décadas.

Após a assinatura de um acordo sob mediação russa, o Azerbaijão, apoiado militarmente pela Turquia, registou importantes ganhos territoriais e Moscovo enviou uma força de paz de 2.000 soldados para a região do Nagorno-Karabakh.

Apesar do tímido desanuviamento diplomático, os incidentes armados permaneceram frequentes na zona ou ao longo da fronteira oficial entre os dois países, culminado nos graves incidentes fronteiriços de setembro.

Leia Também: Negociações de paz entre Arménia e Azerbaijão começam após confrontos

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