Irão: Mais de 70 mortos em manifestações numa semana

A organização não-governamental Iran Human Rights (IHR) afirmou hoje que as forças de segurança iranianas mataram 72 pessoas, 56 das quais em regiões curdas, durante a última semana de repressão de manifestações contra o regime.

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Lusa
22/11/2022 16:30 ‧ 22/11/2022 por Lusa

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Irão

O balanço total ascende a 416 mortos desde o início do movimento de contestação desencadeado no Irão a 16 de setembro pela morte de Mahsa Amini, uma jovem curda iraniana de 22 anos violentamente agredida e detida pela "polícia da moral", encarregada de fazer cumprir o rígido código de vestuário feminino.

A "polícia da moral" considerou que a jovem estava a infringir esse código, porque, embora envergasse o 'hijab' (véu islâmico), este deixava ver parte do seu cabelo. No mesmo dia em que foi detida em Teerão, 13 de setembro, foi transportada para o hospital em coma e morreria três dias depois.

Entre os participantes mortos nos protestos realizados em mais de dois meses em todo o país, contam-se 51 crianças e 21 mulheres, segundo a IHR, com sede em Oslo.

Na última semana, a maioria das mortes ocorreu nas regiões curdas do oeste do Irão, para onde Teerão enviou reforços devido à intensificação da contestação popular.

Realizaram-se manifestações em várias cidades -- Mahabad, Javanrud e Piranchahr -, muitas vezes relacionadas com cerimónias fúnebres de pessoas mortas pelas forças da ordem durante protestos anteriores.

O grupo Hengaw, de defesa dos direitos dos curdos do Irão, igualmente sediado na Noruega, acusou as autoridades de terem disparado munições reais sobre os manifestantes.

De acordo com o Hengaw, cinco pessoas foram mortas na segunda-feira em Javanrud, onde se tinham concentrado vários milhares de pessoas para prestar homenagem às vítimas do fim de semana.

Por seu lado, o NetBlocks, um 'site' com sede em Londres que observa os bloqueios da internet em todo o mundo, indicou que o acesso à internet esteve bloqueado "durante três horas e meia" na segunda-feira, na altura em que decorreram essas manifestações, mas também durante o jogo do Mundial no qual os jogadores de futebol da seleção iraniana não cantaram o hino nacional.

Leia Também: Irão volta a realizar ataques com mísseis contra oposição curda no Iraque

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