Depois de o Partido Socialista (PS) ter obtido o terceiro pior resultado da sua história em eleições legislativas, ficando quase empatado com o Chega, o secretário-geral dos socialistas, Pedro Nuno Santos, apresentou a sua demissão e anunciou, no domingo, que não será recandidato à liderança. E agora? Quem poderá chegar-se à frente?
Pedro Nuno Santos deixará de ser secretário-geral do PS já no sábado, na sequência da Comissão Nacional, e será o presidente do partido, Carlos César, a assumir interinamente a liderança socialista, confirmou à Lusa fonte oficial partidária.
Da ordem de trabalhos faz parte a "análise da situação política face aos resultados eleitorais" de domingo e a "aprovação de calendários e regulamentos eleitorais".
O futuro continua em aberto, mas já há nomes em cima da mesa para assumir o vazio deixado por Pedro Nuno Santos, ao fim de um ano e meio de mandato.
Afinal, quem são os possíveis candidatos à liderança do PS?
José Luís Carneiro
O antigo ministro da Administração Interna foi o primeiro socialista a chegar-se à frente, tendo considerado que o partido deve fazer "uma reflexão profunda" e abrir um novo ciclo, contribuindo para a estabilidade política.
"Como sempre, estarei disponível para servir o meu partido e para servir Portugal", disse, numa nota enviada à Lusa, na segunda-feira.
Fernando Medina
O ex-ministro das Finanças e antigo presidente da CML é, de acordo com o Jornal de Negócios, um dos nomes falados entre os socialistas para assumir o cargo de secretário-geral. Contudo, ainda não se manifestou quanto a uma eventual candidatura.
"Temos que ter tempo de reflexão e respeito pelo secretário-geral em funções pela campanha dura e resultado muito doloroso. Não me irei pronunciar nos próximos dias, creio que ainda não é o tempo. No dia a seguir às eleições, ainda há muita coisa a digerir", disse, em declarações à Renascença.
Alexandra Leitão
A deputada e candidata à Câmara Municipal de Lisboa (CML) não descartou candidatar-se à liderança do partido, no programa ‘O Princípio da Incerteza’, da CNN Portugal.
"Sou candidata à Câmara de Lisboa e é aí que me vou concentrar nos próximos meses", ressalvou.
Daniel Adrião
Daniel Adrião foi quatro vezes candidato a secretário-geral no período das lideranças de António Costa e Pedro Nuno Santos. O socialista considerou que "o PS está, neste momento, em estado de exceção" e, por isso, deve fazer uma reflexão e concentrar-se nas autárquicas antes de escolher um novo líder.
As eleições legislativas antecipadas de domingo, ganhas pela AD, tiveram um impacto profundo no PS. No discurso em que assumiu a derrota, Pedro Nuno Santos anunciou que pediu ao presidente do partido a convocação para sábado da Comissão Nacional para que haja eleições internas, às quais não vai recandidatar-se.
Segundo os resultados provisórios, e ainda sem os votos contados da emigração, o PS perdeu 20 deputados e tem, neste momento, 58 lugares no parlamento, com um resultado de 23,38%, ou seja, 1.394.491 votos.
Com este resultado, o PS surge quase empatado com o Chega e, em comparação com os mesmos resultados do ano passado, também sem a emigração, perdeu cerca de 365 mil votos num ano.
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