As autoridades de Gaza estão a "acompanhar de perto os esforços em curso" para entregar ajuda à população no meio das "circunstâncias catastróficas causadas pelo genocídio e pela agressão" de Israel, avançou hoje o gabinete de imprensa das autoridades de Gaza, em comunicado.
"Apelamos à responsabilidade nacional, moral e coletiva para proteger as rotas dos camiões de ajuda, impedir qualquer ataque ou obstrução em quaisquer circunstâncias e atuar como uma barreira sólida às tentativas de afetar, roubar ou explorar essa ajuda, destinada a satisfazer as necessidades básicas do nosso povo", sublinhou a mesma fonte.
"Estes camiões representam uma tábua de salvação", acrescentou, numa declaração publicada na rede de mensagens Telegram, sublinhando que proteger esta ajuda de "qualquer forma de caos, agressão, sabotagem e exploração" é um "dever nacional, religioso e moral".
Israel anunciou no domingo que ia permitir a entrada de nove camiões de ajuda humanitária à população de Gaza, privada de alimentos, combustível e medicamentos desde 02 de março, quando Telavive quebrou um cessar-fogo de cerca de dois meses.
As agências da ONU e organizações não-governamentais (ONG) que trabalham em Gaza alertaram durante várias semanas para a escassez de bens de necessidade básica no território palestiniano, temendo pela morte de milhares de pessoas que já enfrentam a guerra há mais de 19 meses.
"O povo palestiniano, que demonstrou o seu mais nobre exemplo de perseverança e resiliência perante a máquina de guerra e destruição, é capaz de dar um exemplo quando se trata de manter a ordem e preservar a dignidade da entrega de ajuda humanitária", consideraram hoje as autoridades de Gaza, elogiando instituições, famílias, comités comunitários e forças policiais que estão a ajudar a organizar a entrada segura dos mantimentos.
A ONU confirmou hoje ter recebido autorização do Governo israelita para a entrada em Gaza de "quase 100" camiões com ajuda humanitária, embora tenha especificado que, dos nove que receberam luz verde na segunda-feira, apenas cinco atravessaram a fronteira, sendo que o seu conteúdo não pôde ser recolhido para distribuição devido às restrições israelitas.
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