Meteorologia

  • 07 MAIO 2024
Tempo
20º
MIN 12º MÁX 26º

Ataque a polícia por ex-presidiário radicalizado gera polémica na Bélgica

Os primeiros elementos divulgados pela justiça belga sobre o ex-presidiário radicalizado que, no mesmo dia em que matou um polícia, fez ameaças a esta força e exigiu atendimento psiquiátrico, estão a causar polémica na Bélgica.

Ataque a polícia por ex-presidiário radicalizado gera polémica na Bélgica
Notícias ao Minuto

21:50 - 11/11/22 por Lusa

Mundo Bruxelas

Apresentado como 'Yassine M.', o suspeito do esfaqueamento que matou um polícia e feriu outro, é um belga de 32 anos nascido em Bruxelas, que está registado na agência belga de análise de ameaças terroristas (Ocam), revelou a procuradoria federal durante uma conferência de imprensa.

"O belga era conhecido na justiça por crimes de direito comum que o levaram a ser detido entre 2013 e 2019", acrescentou a mesma fonte.

De acordo com a história divulgada pelo Ministério Público de Bruxelas, o suspeito apresentou-se esta quinta-feira, na manhã dos factos, numa esquadra da polícia na capital belga para ser "tratado psicologicamente".

"Ele fez comentários incoerentes, falou de ódio contra a polícia", salientou o procurador de Bruxelas, Tim De Wolf.

Após conselho de um magistrado, o belga foi acompanhado pela polícia até à unidade psiquiátrica do hospital Saint-Luc, onde foi atendido por enfermeiros.

Depois, conseguiu deixar o hospital em condições que a investigação terá de esclarecer.

A tragédia provocou questões e protestos mesmo dentro da coligação governamental, liderada pelo primeiro-ministro Alexander De Croo.

"Como é que um indivíduo classificado como 'risco terrorista' pode ser libertado por um magistrado quando diz que quer atacar a polícia? Inaceitável", destacou o líder do Movimento Reformista (MR), Georges-Louis Bouchez, através das redes sociais.

"O magistrado deve dar explicações e uma investigação é essencial", acrescentou este líder liberal, da família política do primeiro-ministro.

Segundo o procurador de Bruxelas, que defendeu a atitude do magistrado na sua acusação, 'Yassine M'. "não cumpriu os critérios legais" para uma detenção compulsiva, porque se voluntariou para receber tratamento.

Uma lei de 1990 regulamenta estritamente as restrições de liberdade para pessoas que sofrem de transtornos psiquiátricos.

O ataque mortal ocorreu esta quinta-feira por volta das 19:15 (18h15 em Lisboa, no município de Schaerbeek, em Bruxelas, no distrito da estação Bruxelas-Norte.

O suspeito, armado com uma faca, atacou uma viatura policial parada num sinal vermelho, e o policia que conduzia o veículo foi atingido por "um golpe à altura da garganta", detalhou o Ministério Público Federal.

O atacante avançou depois em direção ao passageiro, que foi atingido no braço direito.

Este último conseguiu chamar outros polícias e relatou que ouviu o suspeito gritar "Allah Akhbar" ("Deus é o maior", em português), segundo a mesma fonte.

'Yassine M.' foi alvo de tiros por uma patrulha que chegou como reforço e, "ferido por balas", foi transportado para o hospital.

O agente atingido na garganta, Thomas M., de 29 anos, não sobreviveu, enquanto o seu parceiro, Jason P., de 23 anos, foi internado e operado naquela noite, ainda segundo o Ministério Público Federal, encontrando-se livre de perigo.

Os sindicatos CSC-Polícia e SLFP-Polícia convocaram hoje "uma manifestação nacional" em Bruxelas para 28 de novembro, contra a violência contra a sua profissão.

Além do perfil psicológico do suspeito, a investigação aberta por "assassinato e tentativa de homicídio em contexto terrorista" terá influência na pena de prisão que vier a ser aplicada.

Quando esteve encarcerado, onde cumpriu pena por "roubo com violência", o seu comportamento deteriorou-se a partir de 2015, segundo uma fonte familiarizada com o processo.

Desde os ataques 'jihadistas' em Bruxelas (32 mortos em 22 de março de 2016), a Bélgica foi palco de vários ataques contra soldados e policias.

O último ataque considerado "terrorista" ocorreu em Liège (leste) em 29 de maio de 2018, quando um delinquente radicalizado, de 31 anos, atirou e matou duas policiais e um estudante, gritando "Allah Akbar" várias vezes. Em seguida, foi morto a tiro pela polícia.

Leia Também: Suspeito de ataque a polícias em Bruxelas integrava lista de terroristas

Recomendados para si

;
Campo obrigatório