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Itália atribui porto seguro ao navio Humanity 1

O governo italiano atribuiu, esta sexta-feira, um porto seguro ao navio da organização não-governamental (ONG) alemã SOS Humanity, para verificar o estado de saúde dos 179 migrantes resgatados no mar Mediterrâneo, depois da pressão internacional para receber barcos humanitários.

Itália atribui porto seguro ao navio Humanity 1
Notícias ao Minuto

22:35 - 04/11/22 por Lusa

Mundo Migrantes

O navio Humanity 1 estava a dirigir-se hoje à noite para o porto siciliano de Catania e "poderá permanecer" em águas territoriais italianas "o tempo necessário" para que sejam examinadas todas as emergências a bordo, destacou Antonio Tajani, numa conferência de imprensa em Roma.

Assim que chegar ao porto, os médicos subirão a bordo para verificar o estado de saúde dos 179 migrantes que resgatou no Mediterrâneo.

"Aceitaremos todas as pessoas, por exemplo, as que forem menores de idade, ou porque, segundo sabemos pelos 'media', são mulheres grávidas ou com crianças pequenas ou pessoas que estão com febre", realçou.

Mas "todas as pessoas que não atenderem a estes critérios terão que ser escoltadas para fora das nossas águas territoriais pelo navio", alertou.

Mais de 1.000 migrantes que tentam chegar à Europa estão atualmente em navios de resgate no mar, incluindo 234 no Ocean Viking da ONG SOS Méditerranée, que opera em parceria com a Federação Internacional da Cruz Vermelha, e 572 no Géo Barents of Médecins sans fronteiras (MSF).

Somam-se a lestes os que se encontram a bordo do Humanity 1 e da organização Rise Above of the Lifeline (94 migrantes resgatados).

França e Alemanha pediram ao novo governo italiano de extrema-direita que abra os portos a quatro navios com quase 1.000 migrantes resgatados no mar Mediterrâneo por organizações humanitárias, alguns deles há mais de duas semanas.

Perante o agravamento das condições no mar, a ONG SOS Méditerranée, com sede em Marselha, exortou a França, Espanha e Grécia a ajudar a encontrar um porto de desembarque o mais rápido possível.

Até agora, vinte pedidos de portos seguros foram feitos pela ONG, sem sucesso.

A França, no entanto, declarou-se hoje preparada para receber mulheres e crianças.

"Dissemos aos nossos amigos italianos, juntamente com os nossos amigos alemães, que obviamente estamos prontos para levar algumas das mulheres e crianças, como fizemos anteriormente", sublinhou o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, aos canais RMC/BFMTV.

Já Antonio Tajani agredeceu à França "por esta abertura" que significa "um sinal importante".

A SOS Méditerranée também saudou o anúncio da França, mas alertou que "qualquer dia de espera adicional pode ter sérias consequências".

No Ocean Viking, que se encontra ao largo da Sicília, "os passageiros resgatados estão calmos, embora alguns comecem a mostrar sinais de enjoo".

"Hoje faz exatamente duas semanas desde a primeira operação de resgate", explicou à agência France-Presse (AFP) um fotógrafo presente a bordo.

Com a chegada da extrema-direita ao poder em Roma, os líderes italianos multiplicaram as declarações anti-imigrantes.

O ministro do Interior italiano, Matteo Piantedosi, anunciou que emitiu uma diretiva a alertar as forças policiais e as autoridades portuárias que o seu ministério está a considerar a proibição de entrada nas águas territoriais do Ocean Viking e Geo Barents, ambos sob bandeira norueguesa.

A comunidade católica italiana de Sant'Egidio, que atua como o braço diplomático informal do Vaticano, pediu hoje que "a Europa, e em particular os países de onde são as ONG, que alcancem um acordo para realojar os requerentes de asilo" que chegaram ao solo italiano.

Mas o governo norueguês recusou à AFP qualquer "responsabilidade (...) para com as pessoas a bordo" dos navios.

Desde o início do ano, 1.765 migrantes desapareceram no Mediterrâneo, incluindo 1.287 no Mediterrâneo central, a rota migratória mais perigosa do mundo, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

De acordo com o Ministério do Interior italiano, 85.991 pessoas chegaram por via marítima a Itália entre 01 de janeiro e 02 de novembro de 2022, metade das quais são nacionais da Tunísia, Egito e Bangladesh.

Leia Também: Paris a Berlim pressionam Roma a abrir portos a navios com mil migrantes

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