Risco de detenções. EUA alertam cidadãos para abandonarem Venezuela

O governo dos Estados Unidos alertou hoje os cidadãos norte-americanos que não devem viajar para a Venezuela e que abandonem imediatamente o país devido ao elevado risco de detenções arbitrárias.

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© MIGUEL GUTIERREZ/AFP via Getty Images

Lusa
27/05/2025 18:53 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Venezuela

Em comunicado, o Departamento de Estado confirmou que mantém o alerta de viagem para a Venezuela no nível 4, o mais elevado, devido a "riscos graves, incluindo detenções injustas, tortura na detenção, terrorismo, sequestro, práticas policiais arbitrárias, crimes violentos, agitação civil e deficiências nos cuidados médicos".

 

De acordo com a nota oficial, a Venezuela é o país com o maior número de cidadãos norte-americanos detidos injustamente e as autoridades locais não informam Washington quando um dos seus cidadãos é detido.

O governo de Donald Trump recorda ainda que os Estados Unidos não têm embaixada ou consulado na Venezuela, pelo que não podem oferecer assistência consular aos seus cidadãos no país.

Por todas estas razões, o Departamento de Estado recomenda que não se viaje para a Venezuela "por razão alguma" e pede aos cidadãos norte-americanos ou residentes legais nos Estados Unidos que se encontrem no país que o abandonem imediatamente.

"A dupla cidadania, um visto venezuelano, uma viagem anterior à Venezuela ou um emprego na Venezuela não oferecem qualquer proteção aos cidadãos norte-americanos", adverte o comunicado.

O alerta segue-se às eleições legislativas e regionais do último fim de semana, em que o regime do Presidente Nicolás Maduro aproveitou o boicote da oposição para alcançar 256 dos 285 lugares parlamentares, segundo anunciou o presidente da Assembleia Nacional.

O partido de Maduro venceu 23 dos 24 cargos de governador, de acordo com um anúncio não oficial de Jorge Rodriguez.

A líder da oposição, Maria Corina Machado, e Edmundo González, candidato da oposição nas eleições presidenciais do ano passado, tinham apelado ao boicote do escrutínio, considerando-o uma farsa e afirmando que a fraca afluência às assembleias de voto seria um protesto silencioso contra a reeleição de Maduro como Presidente em julho passado.

Maduro reforçou assim o controlo sobre as instituições do país, dez meses após a contestada reeleição como Presidente, marcada por distúrbios e detenções em larga escala.

As eleições de domingo ficaram também marcadas pela detenção de cerca de 70 pessoas, incluindo Juan Pablo Guanipa, da oposição, acusado de tentar desestabilizar a votação.

Mais de 400.000 membros das forças de segurança foram destacados para o ato eleitoral, com patrulhas de polícias encapuzados e armados.

Maduro pode agora avançar com a reforma da Constituição, sobre a qual há poucas informações, mas da qual tem falado frequentemente nos últimos meses.

"Hoje demonstrámos o poder do chavismo! Esta vitória é a vitória da paz e da estabilidade", exultou Maduro após o anúncio dos resultados no domingo.

Maria Corina Machado, que vive na clandestinidade, voltou a apelar, na segunda-feira, ao exército para que atue contra um Governo considerado ilegítimo.

Leia Também: Nicolás Maduro alcança maioria nas legislativas após aproveitar boicote

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