"O governo federal alemão sempre disse que ia apoiar a Ucrânia na área da Defesa, na sua defesa contra o agressor que é a Rússia. Houve muitas possibilidades para fazer [o Presidente russo, Vladimir] Putin regressar à mesa das negociações. Essas oportunidades foram sempre rejeitadas e o que dissemos também sempre é que isto não pode ficar sem consequências", argumentou Waddephul.
Numa conferência de imprensa conjunta com o homólogo português, Paulo Rangel, o chefe da diplomacia alemã referiu que a Alemanha vai falar a nível europeu, mas também com outros parceiros, como os Estados Unidos e Canadá, sobre os próximos passos a dar, mas evitou falar sobre os mísseis de longo alcance Taurus.
"Tal como o chanceler federal [Friederich Merz] já disse por diversas vezes, não vamos agora falar sobre sistemas de armas concretos para também manter uma certa ambiguidade, mas, portanto, vamos continuar a agir de forma responsável, mas também de forma eficaz. Isso foi assim no passado e será assim também no futuro", frisou.
"Mas o certo é que continuaremos a apoiar a Ucrânia na sua defesa contra o agressor Putin e evitar que, de facto, Putin consiga continuar a sua guerra de invasão", acrescentou, adiantando que segue na terça-feira para os Estados Unidos, para se encontrar com o homólogo norte-americano, Marco Rubio.
A Rússia qualificou hoje como uma "decisão bastante perigosa" o anúncio feito por Merz, de que os principais aliados ocidentais de Kiev acabaram com as restrições relativas ao armamento a fornecer à Ucrânia.
"Se estas decisões foram efetivamente tomadas, são absolutamente contrárias às nossas aspirações de chegar a um acordo político [...]. Trata-se, portanto, de uma decisão bastante perigosa", afirmou o porta-voz da Presidência russa [Kremlin], Dmitri Peskov, num vídeo difundido pelos meios de comunicação social russos.
O chanceler alemão afirmou hoje que os principais aliados ocidentais da Ucrânia, incluindo a Alemanha, já não colocam restrições à gama de armas fornecidas a Kiev, mas sem especificar o que isso significava em termos concretos para futuras entregas.
"A Alemanha e os seus aliados ocidentais deixaram de impor restrições à gama de armas fornecidas a Kiev. Nem pelos britânicos, nem pelos franceses, nem por nós. Nem pelos norte-americanos", disse Merz numa entrevista à televisão pública WDR, em Berlim.
"Isto significa que a Ucrânia pode agora defender-se, por exemplo, atacando posições militares na Rússia [...] o que não fazia há algum tempo, com algumas exceções. Agora pode fazê-lo", afirmou o líder conservador alemão, que assumiu o cargo no início do mês.
O anúncio de Merz surge horas depois de Moscovo ter atacado o território ucraniano com um número recorde de 'drones'.
O ataque ocorrido esta madrugada envolveu 355 'drones' e nove mísseis de cruzeiro, tendo visado várias regiões, entre as quais Kiev, Kharkiv e Odessa.
Leia Também: Alemanha anuncia que Ucrânia já pode usar as suas armas na Rússia