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Paris a Berlim pressionam Roma a abrir portos a navios com mil migrantes

França e Alemanha pediram ao novo governo italiano de extrema-direita que abra os portos a quatro navios com quase 1.000 migrantes resgatados no Mar Mediterrâneo por organizações humanitárias, alguns deles há mais de duas semanas.

Paris a Berlim pressionam Roma a abrir portos a navios com mil migrantes
Notícias ao Minuto

21:39 - 04/11/22 por Lusa

Mundo Migrantes

Segundo a agência de notícias AP, o ministro da Administração Interna francês, Gerald Darmanin, apontou que a lei internacional deixa claro que Itália, como porto mais próximo, "deve deixar o navio entrar", referindo-se ao Ocean Viking, de bandeira norueguesa, com 234 pessoas a bordo, que é operado pelo grupo SOS Mediterranee, que tem uma das suas sedes em França.

"Não temos dúvidas de que Itália dará as boas-vindas ao navio, [...] que Itália respeitará a lei internacional", disse o governante ao canal de notícias francês BFM TV.

Já o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Alemanha disse que pediu a Itália que intervenha rapidamente para ajudar as pessoas a bordo do Humanitarian 1, de bandeira alemã, com 179 pessoas a bordo.

O barco está atualmente a leste da Sicília, com 100 menores desacompanhados e um bebé de sete meses, segundo a SOS Humanity.

"Eles continuam expostos aos elementos, tendo que passar as noites frias no convés. Estão a dormir, enquanto o vento e as ondas aumentam", disse o porta-voz Wasil Schauseil, acrescentando que várias pessoas resgatadas estão a apresentar sinais de febre, mas têm testes para a presença de SARS-CoV-2, que causa covid-19, negativos.

Darmanin disse que a França e a Alemanha expressaram a Itália que estão ambos prontos para receber alguns dos migrantes, para que Itália não "carregue o fardo sozinha".

o novo ministro da Administração Interna de Itália, Matteo Piantedosi, já preparou as bases para proibir navios humanitários nos portos do país, enquanto apela aos países das bandeiras os navios de resgate para que recebam os migrantes.

Aquelas medidas lembram a postura anti-organizações não governamentais adotada pelo líder do partido Liga, Matteo Salvini, agora vice-primeiro-ministro, que impediu que navios humanitários acedessem aos portos italianos, quando era ministro da Administração Interna, em 2018 e 2019.

Até ao momento, Itália, juntamente com Malta, permaneceu em silêncio relativamente aos pedidos para um porto seguro do Geo Barents, dos Médicos sem Fronteiras, com 572 pessoas a bordo, do Ocean Viking, do SOS Mediteranee, com 234 pessoas a bordo, e do SOS Humanity's Humanity 1, com 179 pessoas resgatadas.

Aqueles migrantes foram resgatados no período de uma semana, desde 22 de outubro.

Segundo números avançados pelo governo, na última semana, chegaram à costa italiana 6.383 migrantes.

As chegadas de migrantes por mar a Itália estão a aumentar, este ano, para 85.991 até agora, em comparação com 53.825 no mesmo período do ano passado, mas ainda bem abaixo do pico de chegadas entre 2014 e 2016.

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