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Mali e França trocam acusações duras no Conselho de Segurança da ONU

França e Mali encenaram hoje um confronto aceso no Conselho de Segurança das Nações Unidas, com acusações cruzadas de interferência e difamação, com Bamaco a acusar Paris de entregar informações e materiais a grupos terroristas que operam no país.

Mali e França trocam acusações duras no Conselho de Segurança da ONU
Notícias ao Minuto

18:53 - 18/10/22 por Lusa

Mundo ONU

A tensa troca de acusações ocorreu durante uma sessão do Conselho de Segurança dedicada ao processo de transição no país africano, para a qual foi convidado o chefe da diplomacia do Mali, Abdulaye Diop, que disse ter "provas concretas de duplicidade, espionagem e desestabilização do Mali" por parte da França.

As acusações não são novas, já que o próprio Diop as tinha feito em setembro durante a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas, mas hoje reiterou-as perante o embaixador francês na ONU, Nicolas de Rivière, que disse que não passavam de "mentiras e difamações".

Diop solicitou formalmente uma sessão 'ad hoc' do Conselho de Segurança para poder expor as alegadas provas e advertiu que o Mali "se reserva o direito de recorrer à legítima defesa de acordo com o artigo 51.º da carta fundadora da ONU se a França continuar a atacar a sua soberania, integridade territorial e segurança nacional".

O ministro maliano e o embaixador francês usaram da palavra duas vezes para se desmentirem mutuamente, e De Rivière lamentou que o seu país tivesse que ouvir essas acusações quando pagou com o sacrifício de 59 militares mortos em território maliano, numa missão de assistência solicitada pelo governo maliano em 2013 e que durou nove anos.

Nos últimos anos, após uma crescente deterioração da segurança no centro e norte do Mali, um sentimento antifrancês foi crescendo no país africano que culminou no golpe de Estado em 2020, liderado pelo coronel Assimi Goita, que deu um segundo golpe de Estado, para reforçar o seu poder, no ano seguinte.

Goita e o seu Governo acusaram a França de atitudes neocolonialistas e acabaram por denunciar o acordo de defesa bilateral, tendo os militares franceses, no início deste ano, deixado o país, numa saída gradual que culminou em agosto.

Todavia, a saída dos militares franceses reforçou a retórica contra a França.

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