O presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, alertou, esta sexta-feira, a Ucrânia e o Ocidente para não "encurralarem" o seu homólogo e aliado russo, Vladimir Putin.
Numa entrevista à estação norte-americana NBC, o líder bielorrusso garantiu ainda que Putin nunca teve como “objetivo a atualização de armas nucleares na Ucrânia” e que está ciente que um ataque nuclear provocaria “uma reação em cadeia”.
“Se se encurrala uma pessoa ou um país, só há uma saída - avançar”, disse Lukashenko, na entrevista gravada em Astana, no Cazaquistão. “E é por isso que não se cruzam as linhas vermelhas, não se pode cruzá-las”.
Questionado sobre se Putin estaria preparada para utilizar armas nucleares na Ucrânia, Lukashenko considerou que a Rússia “pode, se necessário, utilizar todo o tipo de armas”, mas garantiu que Putin nunca teve esse “objetivo”.
“Se houver, Deus nos livre, um ataque ao território da Federação Russa, a Rússia pode, se necessário, utilizar todo o tipo de armas”, afirmou. “Nunca, nunca o presidente Putin ou a liderança russa estabeleceram um objetivo de utilização de armas nucleares na Ucrânia”.
Belarusian President Lukashenko warns about crossing Russian President Putin's "red lines" in Ukraine:
— NBC News (@NBCNews) October 14, 2022
“If you back a person or a country into the corner, there is only one way out – forward,” Lukashenko tells @NBCNews. https://t.co/xY3LQHXQoX
No entanto, a Rússia pode recorrer a ataques massivos contra infraestruturas civis e essenciais da Ucrânia se for encurralada, reconheceu Lukashenko. “A Rússia, e tenho a certeza disso, possui as armas mais modernas. E não precisa de armas nucleares. A Rússia irá lidar sem elas”.
Para o líder bielorrusso, o uso de armas nucleares seria “o fim do nosso planeta” e, mesmo que sejam utilizadas por apenas um país, “provocará uma reação em cadeia”.
“A Rússia compreende bem isto. E ninguém, quero sublinhar isto, sei com certeza pelo próprio presidente Putin, ninguém estabeleceu um objetivo de utilização de armas nucleares”, reiterou.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que cerca de seis mil civis morreram e nove mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
Leia Também: EUA ameaçam sancionar países que fornecem munições à Rússia