A nova primeira-ministra britânica, Liz Truss, que esteve em Nova Iorque a participar da Assembleia Geral da ONU, deu quarta-feira conta ao homólogo israelita, Yair Lapid, da intenção de Londres "rever a atual localização" da embaixada britânica em Israel, lê-se num comunicado divulgado hoje pelo gabinete do executivo de Londres.
Essa eventual mudança segue os passos da controversa decisão tomada em 2018 pelo ex-Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que transferiu a embaixada norte-americana de Telavive para Jerusalém.
Na ocasião, Trump reconheceu Jerusalém como a capital de Israel, despertando a ira dos palestinianos que aspiram fazer da parte leste da cidade a capital do futuro Estado da Palestina.
"Agradeço à minha boa amiga, a primeira-ministra britânica, Liz Truss, que anunciou que está a ver com bons olhos a transferência da embaixada britânica para Jerusalém", escreveu hoje Lapid na rede social Twitter,
A possível decisão despertou forte insatisfação do lado palestiniano.
"É extremamente lamentável que a primeira-ministra Truss, na primeira vez que vai à ONU, esteja potencialmente a violar a lei internacional ao prometer uma 'revisão' da localização da embaixada britânica em Israel", disse o embaixador palestiniano no Reino Unido, Hossam Zomlot, também na rede social Twitter.
"Qualquer mudança ou alteração do local da embaixada seria uma violação flagrante da lei internacional", acrescentou o diplomata palestiniano.
Zomlot acrescentou que tal decisão "prejudicaria" a solução de dois Estados e "inflamaria uma situação já volátil" em Jerusalém e no resto dos territórios ocupados.
"Tal promessa é imoral, ilegal e irresponsável", acrescentou.
A grande maioria dos países tem-se abstido em transferir as respetivas embaixadas para Jerusalém, pois não reconhecem a legitimidade da ocupação israelita da sua parte oriental desde 1967.
Jerusalém abriga o local mais sagrado do judaísmo e o terceiro do islamismo.
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, renovou o pedido de longa data de Washington por uma solução de dois Estados, mas não reverteu a controversa decisão de Trump de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.
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