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O terceiro discurso de Von der Leyen ainda e sempre em modo de crise

A presidente da Comissão Europeia profere na quarta-feira o seu terceiro discurso sobre o Estado da União Europeia, uma vez mais num contexto de crises, com a guerra, a inflação e a crise energética como pano de fundo.

O terceiro discurso de Von der Leyen ainda e sempre em modo de crise
Notícias ao Minuto

11:31 - 13/09/22 por Lusa

Mundo Estado da União

Na quarta-feira de manhã, perante o Parlamento Europeu, Ursula von der Leyen, que preside ao executivo comunitário desde 2019, vai apresentar-se novamente em modo de gestão de crise, depois de nos dois anos anteriores as atenções terem estado centradas na resposta à pandemia da covid-19, que forçou mesmo a que, em 2020, o debate pela primeira vez não tenha sido celebrado em Estrasburgo, França, mas sim em Bruxelas.

Desta feita, no hemiciclo de Estrasburgo, Von der Leyen passará em revista os principais acontecimentos do último ano e apresentará as grandes prioridades políticas, objetivos e iniciativas para os próximos 12 meses, naquela que é a primeira vez desde a criação do debate sobre o «Estado da União» Europeia, há 12 anos, que este se realiza enquanto decorre uma guerra de grandes dimensões no continente europeu, lançada pela Rússia na Ucrânia em fevereiro.

Todas as atenções estão centradas no pacote de propostas que a Comissão Europeia deverá adotar hoje mesmo, na reunião do colégio que se realiza em Estrasburgo à margem da sessão plenária, e que Ursula von der Leyen apresentará na quarta-feira de manhã, com medidas de emergência a nível comunitário para a UE fazer face à escalada dos preços no setor da energia, num contexto de inflação recorde na zona euro.

Alimentada sobretudo pelos preços da energia, a inflação anual voltou a subir na zona euro em agosto, atingindo um novo máximo de 9,1 por cento, segundo uma estimativa publicada pelo Eurostat no início do mês, o que tem levado os governos nacionais a adotar medidas de apoio às famílias e às empresas.

O executivo comunitário, que na semana passada, depois de um Conselho extraordinário de ministros da Energia, prometeu avançar com "medidas sem precedentes para uma situação sem precedentes" na UE de crise energética, que abrangerão "todas as frentes", deverá propor a imposição de um teto máximo para os lucros das empresas produtoras de eletricidade com baixos custos e uma "contribuição solidária" das empresas de combustíveis fósseis.

A «Comissão Von der Leyen» deverá também concretizar propostas para a definição de um teto de preço do gás russo importado por gasoduto - uma questão no então pouco consensual entre os Estados-membros -, a coordenação nas respostas dos 27 com vista à redução do consumo de eletricidade, soluções de emergência a nível de ajudas de Estado para garantir a liquidez financeira às empresas de serviços energéticos.

As tensões geopolíticas devido à guerra da Ucrânia têm afetado o mercado energético europeu, já que a UE importa 90% do gás que consome, sendo a Rússia responsável por cerca de 45% dessas importações, em níveis variáveis entre os Estados-membros.

A própria Comissão Europeia diz-se consciente de que o Presidente russo, Vladimir Putin, poderá cortar completamente o fornecimento de gás para 'mergulhar' a Europa no frio quando se aproximam as estações do outono e inverno, uma razão suplementar para a UE garantir a diversificação da oferta, a redução da procura e os investimentos em energias renováveis.

Inaugurado pelo antigo presidente do executivo comunitário José Manuel Durão Barroso, em 2010, o discurso do Estado da União tornou-se o 'cartaz' das sessões plenárias de setembro, as de 'rentrée' depois das férias de verão, sendo a oportunidade de o executivo comunitário e os eurodeputados discutirem os grandes desafios e prioridades para os 12 meses seguintes.

O discurso sobre o Estado da União 2022 tem início às 09:00 locais em Estrasburgo, 08:00 de Lisboa.

Leia Também: Recuperação de resíduos na UE passa 1,2 milhões de toneladas em 2020

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