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Austríaco Volker Türk é Alto Comissário para Direitos Humanos da ONU

O austríaco Volker Türk foi hoje confirmado como o novo Alto Comissário para os Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU), após ser nomeado pelo secretário-geral, António Guterres, e aprovado pela Assembleia Geral da Organização.

Austríaco Volker Türk é Alto Comissário para Direitos Humanos da ONU
Notícias ao Minuto

23:33 - 08/09/22 por Lusa

Mundo ONU

A informação foi confirmada num comunicado divulgado pelo gabinete de António Guterres, após a indicação ter sido aprovada na tarde de hoje, por consenso, pelos Estados-Membros da ONU.

"Volker Türk dedicou a sua longa e distinta carreira ao avanço dos Direitos Humanos universais, notadamente em relação à proteção internacional de algumas das pessoas mais vulneráveis do mundo - refugiados e apátridas", indica o comunicado.

Volker Türk, atualmente subsecretário-geral de Políticas no Gabinete Executivo do secretário-geral, poderá assim ocupar o lugar deixado por Michelle Bachelet, que completou o seu mandato de quatro anos em 31 de agosto e a quem Guterres agradeceu "pelo seu compromisso e serviço dedicado às Nações Unidas".

Türk, de 57 anos, trabalha para a ONU há mais de 30 anos e colaborou de perto com António Guterres quando este ocupou o cargo de Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

Horas antes do anúncio oficial, o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, afirmou que o secretário-geral manterá a posição de dar espaço e a independência ao substituto de Bachelet "para implementar plenamente o seu mandato".

Dujarric deu mais detalhes sobre a indicação do austríaco, afirmando que houve um processo de entrevistas para o cargo, em que "mais de uma dezena de pessoas foram entrevistadas", numa "mistura de 'insiders' e 'outsiders' da ONU.

"Tivemos todo um conjunto de pessoas com experiências muito variadas, todos totalmente dedicados aos Direitos Humanos", disse.

"Como parte do seu portfolio agora, Volker estava encarregado de implementar o apelo do Secretário-Geral à ação sobre Direitos Humanos, incluindo a Agenda Comum, que está enraizada nos Direitos Humanos. Acho que, se olharmos para a sua carreira no ACNUR, ele dedicou-se a defender os Direitos de homens, mulheres e crianças que procuravam proteção sob o Direito Internacional. Ele fez isso com muita força, incluindo processos em tribunais contra Estados-Membros em defesa dos direitos dos refugiados", frisou Dujarric.

Ao longo de sua carreira, o austríaco ocupou vários cargos importantes, inclusive na sede do ACNUR, onde atuou como diretor da Divisão de Proteção Internacional (2009-2015), diretor de Desenvolvimento e Gestão Organizacional (2008-2009), e chefe de Secção, Política de Proteção e Assessoria Jurídica (2000-2004).

Türk, que possui doutoramento em Direito Internacional, também serviu o ACNUR em todo o mundo, inclusive como representante na Malásia, foi chefe adjunto da Missão no Kosovo e na Bósnia e Herzegovina, e coordenador regional de Proteção na República Democrática do Congo e no Kuwait, segundo dados da ONU.

As organizações de Direitos Humanos Amnistia Internacional e 'Human Rights Watch', as maiores do mundo, pediram que o próximo Alto Comissário para os Direitos Humanos ouse enfrentar os países mais poderosos no seu novo mandato.

Volker Türk terá um vasto repertório de temas para trabalhar, após várias organizações de Direitos Humanos terem criticado o mandato de Bachelet.

A ex-Presidente do Chile optou por divulgar um relatório - minutos antes do fim do seu mandato, em 31 de agosto - sobre possíveis crimes contra a humanidade na província chinesa de Xinjiang, cujo delicado acompanhamento caberá ao seu sucessor.

Fortemente criticado pela China, que exerceu uma pressão muito forte e liderou uma campanha para impedir a sua publicação, este documento de 48 páginas foi saudado por muitos países ocidentais, que o veem como uma base sólida para denunciar os abusos cometidos pelas autoridades chinesas.

Neste relatório, a ONU referiu possíveis "crimes contra a humanidade" e relata "provas credíveis" de tortura e violência sexual contra a minoria uigur, apelando à comunidade internacional que agisse neste caso.

Embora sem novidades em relação ao que já se sabia sobre a situação em Xinjiang, este documento põe o selo das Nações Unidas em acusações feitas há muito tempo contra as autoridades chinesas.

No entanto, a palavra "genocídio", usada em janeiro de 2021 pelos Estados Unidos e depois adotada por outros países ocidentais, não é mencionada no documento da ONU.

Leia Também: Morte de Isabel II. Minuto de silêncio no Conselho de Segurança da ONU

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