"O roubo do meu telemóvel ocorreu num ato que contou com a presença do ministro do Governo e da sua segurança. É a primeira vez que algo semelhante nos acontece em todos estes anos de atividade política", salientou Morales numa publicação na rede social Twitter.
O antigo chefe de Estado boliviano participou no domingo num evento de campanha em La Guardia, município da região de Santa Cruz, que também é o principal reduto político da oposição boliviana.
"Não gostaríamos de pensar que [o roubo] faz parte de um ataque planeado para nos prejudicar", denunciou Morales.
Segundo os 'media' locais, depois de ter sido dado o alerta para o roubo, foi estabelecida uma operação policial para encontrar o telemóvel, iniciativa criticada por alguns políticos e cidadãos da oposição.
Morales reiterou que, caso haja qualquer tentativa de utilizar ou manipular as informações que estavam no seu telemóvel, irá apresentar as respetivas queixas.
"Desde que começámos a luta política em defesa de nosso povo contra os governos neoliberais, sofremos ataques e campanhas de guerra suja com mentiras. Não temos nada a esconder, mas denunciaremos qualquer tentativa de usar montagens ou deturpações contra nós", frisou.
Juanito Angulo, deputado do Movimento para o Socialismo (MAS), salientou aos 'media' locais que o alegado roubo do telemóvel de Evo Morales foi possivelmente uma ação de "infiltrados" da oposição.
Angulo salientou que "é um telemóvel de um líder importante" e que "claro que tem informação importante sobre questões políticas" e que "de forma alguma se pode dizer que tem informação sobre tráfico de droga".
Evo Morales renunciou ao poder no final de 2019, no meio da crise política e social que eclodiu após as eleições de outubro daquele ano e denúncias de suposta fraude em favor de Morales, que rejeitou essa possibilidade.
Jeanine Áñez assumiu o comando interino da Bolívia como segunda vice-presidente do Senado em 12 de novembro de 2019, depois de Evo Morales renunciar ao poder, como todos os funcionários na linha de sucessão presidencial.
A ex-presidente boliviana ficou no poder por um ano e meio e sucedeu-lhe o atual Presidente da Bolívia, Luis Arce, que venceu as eleições de 2020 como candidato do Movimento pelo Socialismo (MAS), mesma força de Morales.
Áñez foi presa em março de 2021 e em 10 de junho acabou condenada a 10 anos de prisão por um tribunal de La Paz, que emitiu a mesma sentença contra o ex-comandante das Forças Armadas Williams Kaliman e o ex-comandante da Polícia Yuri Calderón, cujo paradeiro é desconhecido.
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