A decisão foi tomada na quinta-feira pelo vice-ministro do Interior, Segurança e Assuntos Consuetudinários, Jean-Paul Molipo, para responder às tensões na zona devido à morte de um taxista no centro da localidade de Lubumbashi, noticia a Radio France Internationale (RFI), citada pela agência Europa Press.
Por outro lado, o governador militar do Kivu do Norte, general Constant Ndima, admitiu em conferência de imprensa a imposição de sanções contra as pessoas que atacaram a prisão congolesa de Kakwangura e que provocou a fuga de mais de 800 presos.
O exército congolês, que inicialmente atribuiu o ataque a milicianos mai mai, corrigiu depois a informação, atribuindo o ataque a combatentes das milícias das Forças Democráticas Aliadas (FDA).
Ndima sugeriu que as FDA, "ao realizarem o ataque à prisão de Kakwangura, em Butembo, tinham como objetivo reforçar a sua força laboral".
"Pode ser que atacar uma prisão seja o seu modo de recrutamento", afirmou, citado hoje pelo portal de notícias Actualité.
O ataque foi realizado por mais de 80 homens armados que conseguiram derrubar a porta principal da prisão e retirar os presos em 15 minutos, incluindo 12 mulheres das FDA.
No quadro da insegurança no país, a Missão das Nações Unidas na RDCongo (Monusco) está a reorganizar as suas forças de Butembo para outros pontos do país, em particular Beni, no noroeste.
O esclarecimento surgiu após Ndima ter dito numa conferência de imprensa que a Monusco estava a retirar-se de Butembo, ao mesmo tempo que apelava à calma da população no contexto de protestos contra a presença de "capacetes azuis" no país.
Goma tem sido o epicentro dos protestos contra a MONUSCO, que têm vindo a decorrer desde 25 de julho e que resultaram na morte de 36 pessoas, incluindo quatro membros da missão da ONU, de acordo com o último balanço das autoridades.
Neste contexto, o Presidente da RDCongo, Félix Tshisekedi, apelou ao governo para reavaliar o plano de retirada da Monusco, após o secretário-geral da organização internacional, António Guterres, ter manifestado a sua "indignação" pela morte a tiro de duas pessoas por "capacetes azuis" na cidade de Kasindi, na fronteira do Uganda.
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