"Só o diálogo, num processo democrático, e sem recorrer às forças armadas, tanques e aviação, permite devolver a ordem" à Ucrânia, afirmou, durante uma sessão de perguntas e respostas transmitida pela televisão russa.
"Em vez do diálogo, eles fizeram ainda mais ameaças e lançaram, contra a população civil, os tanques e a aviação. É mais um crime grave daqueles que estão no poder em Kiev", sublinhou.
Putin referiu-se também às negociações quadripartidas (Ucrânia-Rússia-UE-Estados Unidos), organizadas hoje, em Genebra.
"Considero muito importante o início das negociações de hoje, porque - na minha opinião - é muito importante atualmente refletir em conjunto numa saída para a crise, propor um verdadeiro diálogo", declarou.
"Espero que se chegue a compreender o abismo para o qual se dirige o poder em Kiev e que arrasta o país com ele", acrescentou.
Em relação às acusações sobre a implicação de forças russas na crise, Putin disse "serem ninharias".
"Não há unidades russas no leste da Ucrânia. Nem serviços especiais, nem instrutores. São todos habitantes locais", garantiu.
Pela primeira vez, o presidente russo admitiu a presença de forças armadas russas na Crimeira, durante o referendo em março, no qual a população da península ucraniana escolheu ser integrada na Rússia.
"Detrás das forças de autodefesa da Crimeia estavam militares. Comportaram-se de maneira muito correta", disse. "É preciso proteger as pessoas", acrescentou.