Os três países rejeitam "todas as iniciativas ilegítimas de autodeterminação" e demonstram estar dispostos para se operem "às ambições separatistas que podem minar a soberania e a integridade da Síria" e ameaçar a segurança dos países vizinhos, pode ler-se no comunicado.
No final do encontro, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, destacava que a Turquia esperava ter "o apoio da Rússia e do Irão na luta contra o terrorismo" na Síria, sublinhando que "as palavras não são suficientes".
"O que aguardamos da Rússia e do Irão é o seu apoio face ao terrorismo", insistiu, após ter citado as principais formações curdas que operam no nordeste da Síria, junto à fronteira turca, e onde voltou a ameaçar intervir diretamente.
"Deve ficar claro para todos que não há lugar na região para os movimentos terroristas separatistas e os seus apoiantes. Em breve continuaremos a nossa luta contra as organizações terroristas", advertiu ainda o chefe de Estado turco, falando ao lado dos seus homólogos russo e iraniano, Vladimir Putin e Ebrahim Raisi, respetivamente, no final de uma cimeira tripartida que hoje decorreu na capital iraniana.
Erdogan e Putin deslocaram-se hoje a Teerão para conversações com Raisi, sobre o conflito na Síria, mas também sobre a guerra na Ucrânia.
Já o Presidente russo Vladimir Putin anunciou que a Rússia vai acolher a próxima reunião do chamado Grupo de Astana, para abordar o conflito sírio, mas sem revelar uma data.
"A próxima cimeira da 'troika' Astana terá lugar no nosso país", assegurou o líder russo no início da sétima cimeira com os homólogos turco e iraniano, expressando a sua satisfação ao Presidente turco Recep Tayyip Erdogan e ao anfitrião da reunião, Ebrahim Raisi: "Teremos todo o prazer em vê-los na Rússia".
O chefe de Estado russo reiterou ainda o apoio de Moscovo à "soberania, independência, unidade e integridade territorial" da Síria e denunciou a "política destrutiva dos países ocidentais, liderada pelos Estados Unidos" em relação àquele país.
Vladimir Putin frisou também que Moscovo está particularmente preocupado com a situação em territórios que não se encontram sob o controlo das autoridades sírias. "As verdadeiras ameaças de crime, extremismo e separatismo vêm destas regiões", observou.
Nesse sentido, o Presidente da Rússia apelou a "medidas concretas" para promover o diálogo político na Síria e a criação de condições para os sírios "escolherem o seu destino sem interferência estrangeira".
O conflito na Síria resultou até agora na morte de quase 610 mil pessoas e numa grave crise humanitária.
Desencadeada em março de 2011 pela repressão às manifestações pró-democracia, a guerra na Síria tornou-se mais complexa ao longo dos anos com o envolvimento de potências regionais e internacionais, e a ascensão de extremistas islâmicos.
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