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Aumento da despesa com a Defesa cria divisão no Governo espanhol

A plataforma 'Unidas Podemos', parceira de coligação, voltou a criar uma divisão no Governo espanhol, ao criticar o aumento de verbas para a Defesa, a analisar terça-feira no Conselho de Ministros, e pedindo que seja reorientado o rumo da despesa pública.

Aumento da despesa com a Defesa cria divisão no Governo espanhol
Notícias ao Minuto

23:55 - 04/07/22 por Lusa

Mundo Espanha

A líder do Podemos e ministra, Ione Belarra, censurou o PSOE por ter negligenciado as "bandeiras" de um Governo progressista e pretender gastar dinheiro público em armas "a pedido de uma potência estrangeira".

Depois, a segunda vice-presidente, Yolanda Díaz, criticou o crédito extraordinário de mil milhões de euros que o Conselho de Ministros irá estudar amanhã por não ter sido acordado com o Unidas Podemos.

"O nosso país não precisa de comprar bombas e aviões de combate", considerou hoje Belarra, durante um discurso no Conselho de Coordenação Estatal do Podemos, durante o qual sublinhou que a Espanha "não está em guerra".

Segundo Belarra, nesta altura da legislatura "não se percebem objetivos políticos claros nas ações do Governo de coligação", e sublinha que "muitas pessoas progressistas" pensam o mesmo.

Também Yolanda Díaz criticou o facto de a aprovação de um crédito extra de mil milhões de euros para despesas militares, que o Conselho de Ministros pretende estudar na terça-feira, não ter sido acordado com o Unidos Podemos, parceiro do Governo de coligação.

A ministra da Defesa, Margarita Robles, respondeu às críticas salientando que a posição do Governo em matéria de segurança e defesa é definida pelo Presidente, Pedro Sánchez, e frisou que o Podemos "saberá se é ou não compatível" estar no governo de coligação.

Robles recorreu à ironia para instar a colega de Governo, Ione Belarra, a perguntar à segunda vice-presidente do executivo espanhol, Yolanda Díaz, o que pensa de deixarem de ser construídas fragatas da Marinha em Ferrol, na Corunha.

Robles salientou que não lhe cabe dizer ao Podemos se deve ou não permanecer no Governo.

"Todos saberão se estão ou não à vontade, se podem ou não contribuir com alguma coisa", vincou.

Na resposta, Yolanda Díaz negou categoricamente que este crédito de mil milhões de euros tenha algo que ver com o trabalho nos estaleiros navais de Navantia, em Ferrol, mas que, de acordo com os seus dados, se destina a "despesas correntes" de Defesa e "armamento".

O ministro do Interior, Fernando Grande-Marlaska, retorquiu que o aumento das despesas da Defesa é compatível com o de outros serviços, como a saúde, educação e assistência social.

"Sem um espaço de segurança claro e devidamente financiado, o conjunto de atividades para o desenvolvimento dos serviços sociais e uma vida calma e pacífica seria complicada", argumentou.

Marlaska está confiante de que, apesar das críticas, o compromisso de aumentar o orçamento da Defesa para 02 % do PIB será alcançado com os parceiros governamentais e com todos os grupos parlamentares "que estão verdadeiramente envolvidos nos valores democráticos".

O porta-voz do PSOE, Felipe Sicilia, disse não ter dúvidas de que o Governo conseguirá fazer passar o orçamento de 2023, como tem feito ao longo da legislatura, porque "não há plano B".

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