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Moscovo acusa Berlim de "histeria russofóbica" ao assinalar invasão nazi

Num comunicado que assinalava o 'Dia da Lembrança e da Tristeza', o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia acusou Berlim de colocar em causa os laços formados pelos dois países após o final da Segunda Guerra Mundial.

Moscovo acusa Berlim de "histeria russofóbica" ao assinalar invasão nazi
Notícias ao Minuto

22:43 - 22/06/22 por Notícias ao Minuto

Mundo Ucrânia/Rússia

No 81.º aniversário da invasão da União Soviética pelas tropas alemãs nazis, assinalado esta quarta-feira, a Rússia acusou a Alemanha de “histeria russofóbica”, num momento em que a tensão entre os dois países aumenta, devido à guerra na Ucrânia.

Num comunicado que marcava o ‘Dia da Lembrança e da Tristeza’, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia acusou Berlim de colocar em causa os laços formados pelos dois países após o final da Segunda Guerra Mundial, considerando que as autoridades alemãs são culpadas de “tomar cada vez mais ações que ameaçam o processo de reconciliação histórica” das nações.

“A campanha de propaganda anti-russa, realizada por muitos anos no espaço de informação alemão, ultrapassou todos os limites imagináveis e inimagináveis, e provocou na sociedade alemã uma onda de agressão desmotivada que roça a psicose em massa contra a Rússia e os cidadãos de língua russa”, apontou a entidade, atirando ainda que a “histeria russofóbica é sistematicamente alimentada por ataques praticamente diários contra [a Rússia] pelos membros do governo alemão”.

O organismo afirmou ainda que o aumento da presença militar alemã nas fronteiras ocidentais da Rússia face à guerra na Ucrânia fazem recordar “os períodos mais amargos das relações russo-alemãs para o nosso povo, incluindo os eventos que precederam maio de 1945”.

“Imagens de armas e de equipamento militar fornecidos a Kyiv no âmbito da ‘Operação Militar Especial’ na Ucrânia são extremamente negativas”, disse, ameaçando, por isso, que, “em breve, imagens de equipamentos militares alemães destruídos nos campos de batalha da Ucrânia provavelmente começarão a aparecer, e as sociedades da Rússia e da Alemanha certamente que começarão a traçar paralelos históricos que são compreensíveis em ambos os países”.

O ministério lançou farpas também à “atual geração de políticos alemães”, incluído aqueles em estruturas da União Europeia, que “têm pouca compreensão do valor absoluto deste processo” de reconciliação entre os dois países e que “estão prontos, independentemente das características históricas das relações entre a Rússia e a Alemanha, para implementar uma ‘nova política oriental’ e fazer uma viragem geopolítica”.

“Tudo isto ameaça o próximo passo da profunda alienação de russos e alemães”, rematou.

Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 15 milhões de pessoas - mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Além disso, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.

A ONU confirmou ainda que mais de quatro mil civis morreram e outros mais de cinco mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.

A invasão russa - justificada pelo presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores.

Leia Também: "Cidadãos da Ucrânia" que resistem à guerra são exemplos para Zelensky

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