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Myanmar deteve mais de 135 mil rohingya na última década

A organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch (HRW) denunciou hoje que as autoridades de Myanmar (antiga Birmânia) detiveram mais de 135 mil muçulmanos rohingya no estado de Rakhine na última década.

Myanmar deteve mais de 135 mil rohingya na última década
Notícias ao Minuto

07:20 - 15/06/22 por Lusa

Mundo HRW

"Com base em entrevistas com rohingya e ativistas humanitários desde 2012 (...), a Human Rights Watch documenta como as autoridades capitalizaram a campanha de limpeza étnica lançada em junho de 2012 para segregar e confinar uma população que há muito procuravam remover da vida quotidiana no país predominantemente budista", afirmou a ONG.

Os relatos individuais, as fotografias e os vídeos divulgados pela HRW ilustram "os crimes contra a humanidade cometidos pelas autoridades de Myanmar, de 'apartheid' [segregação], perseguição e prisão que privaram os rohingya da sua liberdade e ameaçaram as suas vidas e meios de subsistência", acrescentou.

A ONG sublinhou que, após a violência de junho de 2012, as autoridades nacionais e locais começaram a forçar os rohingya a deslocarem-se para campos, que foram selados com vedações de arame farpado e postos de controlo militar.

"As graves restrições à circulação, aos meios de subsistência e ao acesso à ajuda humanitária e aos cuidados de saúde só pioraram na última década, agravadas por condições de vida desumanas. Relatos dos campos e documentos das agências humanitárias revelam uma contagem crescente de mortes evitáveis", de acordo com a HRW.

"A violência de 2012 e o consequente deslocamento coincidiram com a incipiente transição do país para um regime civil democrático. A crescente opressão tanto na política como na prática inflamou o sentimento antimuçulmano em todo o país, preparando o terreno para as atrocidades militares mais brutais e organizadas em 2016 e 2017", acusou.

A ONG lamentou também que governos estrangeiros tenham levantado sanções na altura, "em vez de procurarem responsabilizar os responsáveis pela violência e subsequente 'apartheid' estatal, ao contrário do que fizeram em 2021, na sequência do golpe de Estado patrocinado pelo exército".

Um golpe que trouxe "novas restrições de movimento e bloqueios de ajuda aos campos dos rohingya".

A HRW defendeu que o Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas e os Estados-membros da ONU "deveriam avançar uma estratégia de responsabilização das autoridades de Myanmar que desmantele a impunidade de longa data dos militares por graves abusos".

Leia Também: ONU reitera acusações de crimes contra a humanidade em Myanmar

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