"O objetivo imediato deverá ser de impedir o inimigo de extrair petróleo e gás do campo gasífero de Karish", disse Hassan Nasrallah num discurso transmitido pela televisão.

O líder do Hezbollah advertiu que o seu movimento armado "não ficará de braços cruzados face à pilhagem [por Israel] das riquezas naturais do Líbano (...), que representa a única esperança de salvação para o povo libanês".

Israel alega que a plataforma está numa zona reconhecida pela ONU como zona económica exclusiva israelita.

No início desta semana, a Energean Power, uma unidade flutuante de produção, armazenamento e descarga pertencente à empresa de exploração e produção de energia Energean, chegou ao campo de Karish.

A empresa está listada em Londres e Telavive e a chegada do navio fez soar os alarmes no Líbano.

O Presidente libanês, Michel Aoun, avisou que as negociações entre os dois países sobre a fronteira marítima ainda não estavam concluídas, pelo que qualquer ato da parte de Israel, como perfurar o campo de Karish, que Beirute considera uma zona disputada, seria considerado "provocatório e hostil".

Já na quarta-feira Israel disse estar "preparado para defender" a sua nova plataforma de Karish.

"O Estado de Israel dá prioridade à proteção dos seus ativos estratégicos e está disposto a defendê-los, bem como a segurança das suas infraestruturas", referiu então um comunicado conjunto dos ministérios da Defesa, dos Negócios Estrangeiros e da Energia.

O Governo israelita garante que a plataforma, operada pela empresa grega Energean, "não vai bombear gás do território disputado".

Líbano e Israel, oficialmente ainda em guerra, iniciaram negociações em outubro de 2020 sob a égide de Washington para delimitar sua fronteira marítima, a fim de remover obstáculos à prospeção de hidrocarbonetos.

Mas as negociações foram suspensas em maio de 2021 após disputas sobre a superfície da área disputada.

Para o Líbano, o campo Karish faz parte das águas disputadas com Israel, enquanto o Estado judeu considera que está localizado na sua zona económica exclusiva.

Na quinta-feira, Aoun disse que o Líbano pediria ao mediador americano Amos Hochstein para "retomar seus esforços para relançar negociações indiretas" com Israel.

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